Hoje o termo educação faz parte de muitos discursos políticos, de matérias jornalísticas e de conversas de esquina. No foco, a qualidade da educação. É senso comum que a educação necessita de maiores investimentos, melhores estruturas nas escolas e mudanças curriculares, estas especialmente no ensino médio. Entende-se que com isso teríamos um avanço de qualidade na educação e, por consequência, maior desenvolvimento do país, menos desemprego, menos violência e menos miséria material e intelectual.
Não se descarta que tudo isso seja importante, entretanto, nos parece que há algo errado nesse entendimento. O problema não é a falta de recurso financeiro, mas, sim, o mau gerenciamento dos recursos que existem. Lutar por melhores estruturas é certo, porém, o que fazer com tantos materiais didáticos, livros, laboratórios e tantos recursos tecnológicos que são deixados nos cantos de muitas escolas e não são usados para melhorar as aulas? Mudanças curriculares, causa de recentes invasões de escolas e tormentos de alunos e professores, precisam ser discutidas sob outro prisma. Se os conteúdos são importantes, possivelmente eles podem e devem ser trabalhados sob denominações diferentes de disciplinas de forma inter e transdisciplinar. Mas o que se vê normalmente nas indignações e nos debates mais acirrados é uma forma velada apenas de defesa de professores que perderiam aulas com tal proposta de mudança curricular.
Se, de fato, queremos melhorar a qualidade da educação e promover o desenvolvimento do país é necessário primeiro compreender a principal função da educação: formação humana plena, ou como prescreve a Constituição Federal: o desenvolvimento pleno da pessoa. O segundo ponto é aceitar que o problema da educação é uma questão metodológica. Não se concebe mais dar aulas seguindo os métodos da escola tradicional num contexto em que as informações se multiplicam a cada segundo e se proliferam por diversos meios.
Dito isso, temos claro ser fundamental discutir a formação do professor, não só na graduação, mas especialmente a formação continuada dos professores que atuam em todos os níveis, desde a educação infantil até o nível superior, pois são esses professores os responsáveis por manter a situação posta ou efetivar as mudanças que tanto se almeja.
Muito pertinente seu texto e realmente de grande reflexão. Pensar a formação e capacitação profissional do professor é fundamental. Muitas vezes temos ótimos professores atuando em sala de aula, com formação adequada mas sem as condições básicas de trabalho. Infelizmente hoje o professor se vê em uma situação em que precisa trabalhar até três turnos diários de trabalho para conseguir sobreviver financeiramente e isso esgota em todos os aspectos o seu rendimento profissional. O que precisamos também é acima de tudo é de políticas públicas de valorização e condições de trabalho.
Obrigada pela contribuição, Fabiana!