O Jogo da Política é um conjunto de três jogos sobre os poderes que regem o Brasil (Executivo, Legislativo e Judiciário). Ele faz com que os participantes sintam a complexidade do sistema político na pele. Os jovens encarnam o papel de um político, seja um vereador, prefeito ou juiz, e transformam a própria relação com a política.

É um jogo que simula os problemas reais do Executivo, do Legislativo e do Judiciário foi a forma encontrada por instituições sociais para ensinar política para os jovens brasileiros. O Jogo da Política nasceu em 2015 após o resultado da pesquisa Sonho Brasileiro da Política mostrar que 64% dos 1.400 entrevistados, entre 18 e 32 anos, achavam que política tinha que ser discutida nas escolas.

A partir desta informação, as pesquisadoras Carla Mayumi e Beatriz Pedreira, responsáveis pelo estudo, se uniram à agência escola de jornalismo Enóis Inteligência Jovem e ao laboratório de cultura digital LabHacker, representado pelo ativista social Pedro Markun, e desenvolveram, com a ajuda de um designer, um protótipo de metodologia para ensinar política nas escolas.

Foram criados três jogos, um para cada poder, durante imersões feitas com jovens de diferentes idades e classes sociais. Em 2016, o grupo passou a contar com a coordenação pedagógica da educadora Denise Curi, que elaborou um manual para professores. Desde então, cerca de 800 estudantes e 100 educadores já participaram do jogo.

Jogo do Executivo

Cada jogo tem uma dinâmica própria. No jogo do Executivo, os jovens aprendem a organizar e distribuir o orçamento de uma cidade. Primeiro, imaginam como dividiriam o valor disponível de acordo com o que acreditam que seria o correto. Depois, começam a ter que lidar com as limitações. Não podem tirar dinheiro da previdência e do salário dos funcionários, por exemplo. Percebem que precisam fazer escolhas difíceis, que refletem a visão de mundo de cada um.

Jogo do Legislativo

No jogo do Legislativo, o trabalho é criar um projeto de lei. Algumas fotos trazem cenas em que é possível ver quais leis estão sendo cumpridas ou não. Há uma discussão sobre as leis que regem a nossa vida e sobre onde estão escritas. Os jovens são convidados a redigir dez leis para uma cidade fictícia. Têm que debater, descobrir quais delas são fundamentais, o que precisa estar lá. Eles precisam argumentar para explicar seus motivos e escrever de forma clara. Com isso, percebem a dificuldade do trabalho de um vereador e de um deputado. Eles também se dividem em partidos e votam de acordo com eles.

Jogo do Judiciário

O jogo do Judiciário aborda a justiça criminal. Estão presentes em um julgamento fictício o juiz, a promotoria, a acusação, a defesa, o júri e a imprensa. Cada um interpreta seu papel. Há evidências, provas, indícios, suspeitas. Os jovens têm que escrever, argumentar e explicar suas ideias. Entre outros temas, discutem questões como poder da mídia e verdade.

Leve para a sala de aula

É um jogo interdisciplinar, que aborda a complexidade da política de um jeito prático. Mostra como funcionam as regras do jogo, as dificuldades, a prática, a realidade. Simula o fazer político. Desenvolve empatia pela política e pelos políticos. O jovem aprende quem é responsável pelo quê. Em um momento de crise como o atual, principalmente na política, é fundamental entender para fazer críticas e escolhas.

De acordo com a educadora Denise Curi, o jogo está alinhado com os quatro pilares da educação da Unesco: aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a conviver e aprender a ser. Trabalha também os eixos cognitivos do Exame Nacional do Ensino Médio: dominar linguagens, compreender fenômenos, enfrentar situações-problema, construir argumentações e elaborar propostas.

O Jogo da Política pode ser baixado gratuitamente clicando aqui. Há ainda a opção de comprar uma caixa, que sai por R$ 250,00. Interessados podem contratar capacitações para facilitadores, como a formação de educadores, a oficina de introdução ao jogo e a aplicação da metodologia. A faixa etária indicada aos jogadores é entre 15 e 24 anos.

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