Descubra como colaborar pode transformar sua escola em um lugar ainda melhor para todos.

 

Para levar a cooperação para a sala de aula, é importante envolver a todos: alunos, professores, funcionários e pais. Dessa forma, na prática, a comunidade escolar aprende sobre os benefícios da cooperação e como ela pode transformar realidades, fazendo da escola e de toda a comunidade, um ambiente de aprendizagem saudável e positivo.

Cooperação na prática 

Sabemos que o primeiro movimento de aprendizagem da criança ocorre a partir da imitação e, sabemos também, que ao longo da vida isso se repete. Assim, entendemos que o exemplo é o melhor caminho para ensinar. Portanto, ao demonstrar respeito, empatia e colaboração, os envolvidos no processo de ensino-aprendizagem demonstram como se faz um mundo melhor.

Para isso, apresentamos a seguir algumas ferramentas que podem auxiliar na construção desse ambiente cooperativo em sala de aula, na escola e na comunidade onde vivemos.

Pensar junto é bem melhor

Com intuito de construir esse movimento cooperativo, é válido incluir no cotidiano escolar atividades que incentivem a colaboração e o trabalho em equipe. Projetos em grupo, discussões em sala de aula, debates e atividades de resolução de problemas podem ajudar os alunos a aprender a trabalhar juntos e vivenciar os princípios do cooperativismo.

Que tal apresentar uma lista de perguntas que incentivem a reflexão e a discussão em grupo sobre temas como empatia, respeito, resolução de conflitos e o próprio trabalho em equipe? As listas serão o ponto de partida e, com o tempo, a percepção dos alunos sobre as demandas e necessidades vão desencadear essas discussões.

É preciso ver para lembrar

É sempre válido e complementar o uso de recursos visuais como pôsteres, cartazes ou murais que destaquem os valores e as habilidades da cooperação, como respeito, escuta ativa, colaboração e compartilhamento. Tudo isso pode servir como lembrete constante aos alunos e incentivo à ação diferenciada.

Nesse sentido, em cada período, um grupo pode ficar responsável em programar e divulgar ações e resultados do cooperativismo na escola.

Que regra é essa?

Talvez uma das questões mais polêmicas no ambiente escolar, seja o estabelecimento e cumprimento de regras. Elas fazem parte do ambiente escolar e são necessárias, bem como ocorre em toda a sociedade. Logo, incentivar a cooperação e participação efetiva é um caminho promissor. 

Desde muito pequenos, os alunos podem e devem participar da construção dessas regras, aprendendo o quanto é importante envolver-se na tomada de decisões sobre o lugar onde vivem. Desse modo, compreendem que o diálogo é o melhor caminho para a resolução de conflitos e divergências. É preciso encorajar a comunicação clara e assertiva, desenvolvendo habilidades essenciais à vida em uma sociedade cooperativa.

Cooperar é compromisso de todos

Contratos de cooperação são excelentes ferramentas para ensinar sobre responsabilidade e até mesmo liderança. Desenvolva contratos de cooperação que estabeleçam as regras e expectativas para o trabalho em sala de aula. Os alunos podem assinar o contrato, demonstrando seu compromisso.

E assim como ocorre fora de sala de aula, as assembleias e deliberações são muito bem-vindas na análise contínua desses propósitos, pois assim cria-se a possibilidade de repensar e reorganizar o trabalho, sempre que preciso for.

A comunidade na escola e a escola da comunidade

Outra ação essencial na construção desse movimento cooperativo na escola é envolver os pais no processo educacional. Isso fortalece a cooperação entre a escola e a família, o que pode gerar grandes avanços no processo de ensino-aprendizagem. 

Eventos, reuniões e programas que incentivem a colaboração e o engajamento dos pais na escola devem fazer parte do cotidiano escolar, pois ajudam a desenvolver um senso de responsabilidade social e trabalho em equipe que é sempre válido. É assim que se ensina: pessoas que cooperam, crescem.

As conquistas são de todos 

Também se faz importante reconhecer e celebrar cada conquista. Os resultados obtidos por meio da cooperação representam o sucesso de trabalhar junto e isso precisa ser enaltecido. 

O impacto dessas conquistas no ambiente escolar pode ser discutido e partilhado em encontros semanais ou mensais, eventos, cerimônias e até mesmo em rodas de conversa. Mais uma vez, a comunicação e a partilha fazem toda a diferença.

Cooperar é sinônimo de incluir

A cooperação também é mecanismo de construção de um ambiente inclusivo, onde a diversidade se apresenta como valor e é respeitada. Pois todas as diferentes habilidades, ideias e ações fazem da escola um ambiente riquíssimo à cooperação, propiciando o desenvolvimento contínuo.

Por meio da cooperação é possível incluir e empoderar a todos, atendendo às necessidades de cada indivíduo que compõem os mais diversos grupos. A partir da participação democrática, na qual todos têm vez e voz, a cooperação contribui para uma sociedade mais diversa e justa.

Que gentileza gera gentileza, ninguém duvida

Sabemos que gentileza gera gentileza, e que criar cartões com afirmações ou desafios relacionados à cooperação, como “Agradeça a um colega por sua ajuda hoje” ou “Trabalhe com um parceiro para resolver este problema” pode auxiliar nos primeiros passos para a inclusão.

Essa é uma maneira simples e objetiva de promover o trabalho coletivo e constatar que, juntos, é sempre possível encontrar melhores soluções.

A metodologia de projetos em prol da cooperação

A metodologia de projetos é sempre um caminho válido quando o assunto é cooperação, pois é no trabalho em equipe, quando nos deparamos com habilidades, interesses e personalidades diferentes que o incentivo ao aprendizado mútuo ocorre.

Ao trabalhar juntos, os alunos compartilham ideias, discutem estratégias, dividem tarefas e tomam decisões conjuntas. Os alunos aprendem a ouvir uns aos outros, respeitar diferentes perspectivas e contribuir de forma equitativa.

Durante o trabalho em equipe, é importante encorajar os grupos a utilizar métodos de comunicação efetiva, como fazer perguntas, oferecer sugestões construtivas e explicar seus raciocínios. Os alunos devem aprender a expressar suas ideias de maneira clara e respeitosa.

Neste sentido, o papel do educador é monitorar o progresso dos grupos e oferecer orientação de acordo com a necessidade dos alunos. 

Ao final de cada projeto, é imprescindível o compartilhamento do processo de construção de cada etapa, bem como os resultados obtidos. Isso pode ser feito por meio de apresentações, exposições e demonstrações. Essa também é uma maneira de incentivar os grupos a valorizar o trabalho realizado e a reconhecer os esforços coletivos como mais significativos do que motivações individuais.

Viu como é simples e possível fazer da escola e da sociedade, ambientes mais cooperativos?  Agora, é só colocar em prática tudo o que aprendemos aqui e acompanhar a transformação.

Janaína Neves

Professora e Assessora do Programa A União Faz a Vida.

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