A Base Nacional Comum Curricular, também conhecida como BNCC, do ensino médio, foi aprovada pelo Conselho Nacional de Educação (CNE) em 4 de fevereiro (2019) e acarretará em mudanças na forma como conhecemos a estrutura do ensino médio. A partir da BNCC, foram definidos conteúdos e cargas horárias padrão que devem ser cumpridas nas instituições de ensino no Brasil, de acordo com as realidades locais. A previsão é que as mudanças entrem em vigor a partir do início do ano letivo em 2020.

Entre as medidas que serão colocadas em prática, uma das principais é o desafio da implementação e construção de currículos letivos que estejam em sintonia com a realidade de cada estado. Ela determina competências, conhecimentos e habilidades que devem ser trabalhadas e desenvolvidas com todos os estudantes, durante a escolaridade básica. Suas raízes têm como fundamentos os princípios políticos, éticos e estéticos, pré-estabelecidos pelas Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Básica, e estão diretamente ligadas à formação humana integral, com objetivo de construir uma sociedade democrática, justa e inclusiva.    

Até a promulgação da BNCC, não havia um currículo nacional obrigatório para o ensino médio. As disciplinas que precisavam compor a matriz letiva eram português, matemática, artes, educação física, filosofia e sociologia. Com a nova medida colocada em prática, somente matemática e português se mantêm como obrigatórias, enquanto as outras passam a ser caracterizadas como itinerários formativos e os currículos devem ser determinados pelos estados.

O que muda no ensino médio?

Entre as novas propostas de formação da matriz curricular e determinações estabelecidas para pensar a forma de distribuir conteúdos em sala de aula, destacam-se:

  • Durante os três anos de ensino médio, português e matemática terão carga horária obrigatória
  • A demais disciplinas poderão ser distribuídas ao longo dos três anos letivos, conforme o que for determinado pelo governo estadual. Podendo ser concentradas em um ano, dois, ou mesmo durante os três
  • Os currículos escolares estaduais precisam ser adaptados, implementados e colocados em prática até – no máximo – o início das aulas em 2022. Mas a medida já estará em vigor desde 2020

A ideia da BNCC é que o trabalho junto aos estudantes seja desassociado de disciplinas fechadas com grades padrão, mas sim focado na resolução de problemas reais, que envolvam as competências trabalhadas nas matérias escolares. Por exemplo: no lugar de trabalhar física ou química individualmente, o aluno vai ser provocado a pensar em um problema matemático que envolva o meio ambiente, para que a partir disso desenvolva o conhecimento a respeito do conteúdo por meio da aprendizagem conjugada.  

A reforma busca construir um currículo baseado em cinco itinerários formativos:

  1. Linguagens e suas tecnologias
  2. Matemática e suas tecnologias
  3. Ciências da natureza e suas tecnologias
  4. Ciências humanas e sociais aplicadas
  5. Formação técnica e profissional

Em outras palavras: a partir da determinação da BNCC, fica determinado que as instituições de ensino tenham liberdade para ocupar 40% da carga horária letiva do ensino médio de acordo com o que for determinado pela legislação estadual. Enquanto que os outros 60% devem seguir as diretrizes estipuladas pela própria BNCC.

Matemática e português obrigatórios

De acordo com o Conselho Nacional de Educação, a nova Base Nacional Comum Curricular oferece mais flexibilidade para que as escolas possam distribuir os conteúdos trabalhados na maioria das disciplinas que compõem o ensino médio.

No campo da matemática, muitos conteúdos foram reorganizados e alguns novos foram inseridos dentro do proposto pela BNCC. Álgebra e probabilidade e estatística passam a fazer parte do cotidiano escolar e habilidades relacionadas à tecnologia, robótica e programação figuram no currículo. A proposta foca no que o aluno precisa desenvolver, para que o conhecimento matemático seja uma ferramenta para ler, compreender e transformar a realidade.

Já no que se refere ao português, o foco será a centralidade do texto e dos gêneros textuais. Isso quer dizer que o ensino de português precisa continuar contextualizado, articulado ao uso social da língua, principalmente, em dois aspectos: a presença de textos multimodais – popularizados pela democratização das tecnologias digitais – e as questões de multiculturalismo – uma demanda política da contemporaneidade.

O que você acha da ideia?

A nova Base Nacional Comum Curricular é um tema que divide opiniões entre educadores. Enquanto existem profissionais que apontam a necessidade da nova proposta e das ações tomadas pelo Conselho Nacional de Educação como formas de resolver a situação da educação nacional, outros apontam a nova base como uma medida desnecessária, que nada mais é do que mascarar os conteúdos já trabalhados e direcioná-los para abordagens mais interessantes ao governo. E você, o que acha? Concorda com a medida? Discorda? Está aberto para tentar e descobrir? Conta para a gente a sua opinião e vamos cada vez mais caminhar juntos rumo à educação transformadora!

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