Vivemos em uma sociedade em que valores individualistas são fortemente repercutidos nas práticas cotidianas, desde ambiente familiar, até o escolar e profissional. As pessoas estão imersas numa realidade competitiva e eficientista, fruto do contexto da globalização, o que torna o estímulo à educação colaborativa necessário para abrir os olhos dos nossos jovens para realidades que fogem dos seus círculos pessoais.
A educação colaborativa busca – principalmente – se concentrar em técnicas que valorizam as atividades coletivas para desenvolver formações solidárias e democráticas, nas quais as pessoas serão capazes de colocarem os interesses do próximo no mesmo nível de importância de seus interesses pessoais. Esse é um conceito que vem na contramão dos modelos de educação dominantes atualmente, nos quais o conhecimento é transmitido de professor para aluno, sem que haja uma construção efetiva do saber embasada no compartilhamento de ideias.
Para dar algumas dicas de como o processo de aprendizagem colaborativo se difere ao tradicional, elencamos questões que explicam as discrepâncias nas abordagens:
Deu pra perceber o quanto a aprendizagem colaborativa integra e engaja mais os jovens no processo de construção de conhecimento? Nos moldes desse novo método os alunos fazem parte do procedimento ativamente, o que contribui para fixar mais os conceitos e práticas em suas mentes, tornando mais eficaz o ensino. Entre os benefícios, explicitamos os pontos a seguir:
Desenvolvimento do senso de trabalho em equipe
O estudantes passam a reconhecer a importância dos seus papéis individuais para a construção do todo. Ou seja, eles começam a se ver como peças fundamentais e também a identificar a relevância dos colegas nos processos. É primordial que nesse sentido o professor saiba guiar os trabalhos para que haja a distinção entre a atuação em “grupo” para a atuação em “equipe”. Pois um grupo consiste em várias pessoas que se juntam para alcançar um objetivo, enquanto que a equipe são pessoas que trabalham juntas para alcançar um objetivo.
Desenvolvimento de novas competências comportamentais e intelectuais
Ao se depararem com situações em que o conhecimento é compartilhado e construído de forma colaborativa, os alunos são instigados a pensar mais e a desenvolverem suas habilidades para chegarem às próprias conclusões a respeito dos conteúdos. Isso permite que eles tenham mais autonomia no pensar e assumam posições de liderança, cientes de suas responsabilidades e deveres, nas situações do dia a dia.
Melhoria substancial na autoestima
Ensinando um aluno que ele tem voz e importância para a arquitetura de ideias e conclusões, você o motiva a pensar mais e entender mais o macro, em vez de limitá-lo ao micro que é a transmissão passiva de conteúdos. Dessa forma, ele passará a reconhecer a si mesmo como um agente de transformação e irá se sentir confortável para estender isso para além da sala de aula.
Aprimoramento da comunicação
Ouvir um aluno é dar espaço para que ele sinta-se apto para se expressar e, através disso, ele sinta vontade e aprenda a importância da comunicação e diplomacia para ecoar sua voz e ouvir a dos outros. A comunicação é um elemento fundamental para a prática da cidadania, por isso, na educação colaborativa esse processo é a base para a construção do conhecimento e prática do respeito e consideração ao próximo.
Desenvolvimento do senso crítico, lógico e analítico
A educação colaborativa não segue a linearidade professor-aluno. Não existe aquela pré-definição de papéis, na qual o professor exerce a função de líder absoluto e transmissor único de conhecimento no espaço da sala de aula. É muito mais exercida a ideia de diálogo e debate, nos quais os estudantes têm espaço para exporem suas ideias e curiosidades acerca do tema, enquanto que cabe ao professor a função de guiar e mediar a conversa, com objetivo de garantir que o aluno compreenda o tema da aula por meio de suas próprias conclusões a respeito dele.
Isso faz com que esses jovens tenham a oportunidade de exercitar sua capacidade de raciocinar sobre temáticas e as visualizarem por sua própria perspectiva, em vez de apenas decorar e reproduzir conteúdos impressos em livros letivos. Desenvolvendo, desse modo, suas habilidades críticas, lógicas e analíticas.
Melhoria nos relacionamentos interpessoais
Como o próprio nome já indica, na educação colaborativa o aluno será imerso numa realidade de interações em prol de resultados em comum. Isso desenvolverá nele a capacidade de se expressar perante outras pessoas, a fim de defender suas ideias e posicionamentos, assim como a habilidade de ouvir os outros e respeitar opiniões divergentes das suas.
Aprendizagem prática, em vez de memorização teórica
Nesse modelo de educação, a proposta é compreender os assuntos com base no debate e diálogo. Ou seja, em conversas que estimulem os estudantes a refletirem sobre os temas e vislumbrarem suas possibilidades de forma prática e efetiva, em vez de apenas lerem conceitos e decorarem fórmulas em prol de boas notas em provas e nada mais.
Amadurecimento e evolução pessoal e profissional
De um modo geral, a educação colaborativa prepara os estudantes para vivenciarem de cabeça aberta e preparados para o diálogo as mais diversas situações que os aguardam fora da sala de aula. Isso refletirá em profissionais empáticos, capazes de ouvir, refletir e propor soluções para os obstáculos que surgirem em seus caminhos.
E aí… O que você achou das dicas? Preparado para colocá-las na prática no seu dia a dia como professor? Vivemos numa realidade em que o pensamento crítico e a capacidade de se expressar e ouvir são muito necessárias. Não seja mais um reprodutor de conceitos, mas sim um guia na construção de conhecimento. Pratique a educação colaborativa e faça parta da transformação da educação!