Parece uma pergunta de resposta óbvia, não é mesmo? Será que conseguimos partilhar com nossas crianças a grandiosidade desse ato?

Por que a leitura é importante?

Verdade seja dita: o homem poderia viver sem a leitura, fosse ela a simples decodificação de signos ou o aprofundamento literário, e foi exatamente isso que aconteceu por séculos. Mas, a partir do momento que a humanidade transformou sons em sinais gráficos, surgiu a possibilidade de guardar todo conhecimento construído e compartilhá-lo com as novas gerações.

Assim, surgiu também, a possibilidade de progresso, afinal de contas, não teríamos a cada dia que recomeçar, mas sim, saber onde paramos e que mais longe ainda poderíamos chegar.

A leitura passou então a representar poder diante dos demais, e olha que não me refiro apenas a questões históricas e de classes, mas cotidianas do poder de quem lê. Hoje, ler não é somente símbolo de status social, mas sim, necessidade individual. O direito de ler significa igualmente o de desenvolver potencialidades intelectuais, o de aprender e de progredir.

O que se percebe no espaço escolar, é que algumas experiências com a leitura, aquelas obrigatórias e muitas vezes sem sentido, cumprem apenas um protocolo. Muitas vezes, dificultam a interação do indivíduo  com o contexto social, não promovem a consciência de que a evolução de um povo se faz ao nível da mente, ao nível da consciência de mundo, que cada um assimila desde a infância ou, ainda, não permite descobrir que o caminho para se chegar a esse nível é a palavra.

E por vivermos em um cenário de constantes transformações, é imprescindível que cada indivíduo possa ser portador de suas ideias bem como agente transformador de sua realidade. Por isso, se faz urgente a construção da leitura enquanto mecanismo valioso de aprendizagem, pois ele abarca em si a magia do conhecer e, principalmente, o poder de transformar.

Democratizar o saber por intermédio da prática da leitura tornará todos os cidadãos críticos e conscientes, detentores de seu destino político, econômico e social. Para que assim, não se delegue a mais ninguém o poder de escolha que lhe é destinado.

Você precisa crer no que nos diz Paulo Venturelli. “Ser leitor é ter olhos abertos para interpretar o real e não aceitar a interpretação de outrem, interessado em camuflar as relações de fatos nunca isolados.”

O ato de ler é fundamental, não só por seu potencial intelectual de ampliação de conhecimento, mas também porque representa um rico modo de se relacionar com o mundo.  É preciso reconhecer a grandiosidade desse ato, pois por meio dele o ser humano cria novas possibilidades de se relacionar com o mundo e de instituir outra perspectiva a respeito dele.

Nesse sentido, comprometidos com o futuro de nossas crianças, de nossa história, e por que não dizer de nossa própria existência, é preciso implementar ações voltadas para a formação do cidadão a partir da leitura, da palavra e do mundo.

Promover novas práticas educativas visando à contextualização e significância do saber deve ser meta. Formar cidadãos críticos e reflexivos, autônomos em suas ideias e atos por intermédio da leitura é compromisso com a sociedade, por meio de uma educação transformadora.

Em tempos de alta tecnologia, com a qual a informação nos chega numa velocidade nunca antes pensada, a chamada Era da informação, e que deveria resultar em seres cada vez mais vorazes pelo saber, e assim, representar a Era do Conhecimento, não cumpre seu papel. Percebemos, muitas vezes, o processo sendo bruscamente interrompido, em que a informação não consegue passar de mero elemento isolado da criança ou do adolescente.

Como podemos mudar esse cenário?

O que devemos promover enquanto família, escola ou sociedade, é esse encontro literário, da forma mais simples, prazerosa e enriquecedora possível. Portanto, cabe a nós facilitar uma prática educativa como um trabalho global, com ousadia, com materiais diversificados, espaços para socialização e respeito mútuo de opiniões, estendendo essa prática para além dos muros da escola, que, independentemente onde o indivíduo estiver, seja ele o agente transformador.

Que seja a leitura mecanismo ao alcance de todos, que, sendo parte de uma educação libertária, possa cooperar para que cada indivíduo seja capaz de transformar sua realidade. Portanto, devemos ler para compreender e transformar a nós mesmos, ao outro e as relações com o mundo.

Deixamos aqui a proposta para que seja você, professor, o primeiro a reencantar-se pelo ato de ler. Aproveite esses dias de recesso escolar para um mergulho rumo ao saber por meio do literário. E para isso, dê uma olhada nas possibilidades que o Transformando selecionou para você. Basta escolher e começar!

 

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