Todo ano surge a necessidade de repensar metodologias e ressignificar a aprendizagem. Com a educação durante a pandemia não foi diferente: educadores do mundo todo perceberam a importância de criar cidadãos mais preparados para as demandas da vida contemporânea. E que uma educação inovadora, focada em melhorias, vem para transformar positivamente o ensino. Para refletir sobre essas questões, o Summit Educação, promovido pela Central Sicredi PR/SP/RJ, trouxe para uma conversa a presidente do Instituto Sidarta, Ya Jen Chang, e o escritor Caio Dib. Os especialistas discutiram novas abordagens para aprimorar o ensino tradicional, discussão que hoje dividimos com você, leitor do transformando.com.vc.
O ensino a distância, exigência do período mais crítico da pandemia, trouxe dinamismo, adaptação e flexibilidade ao ensino, mas agora é a hora e a vez de um ensino mais inovador. “A inovação começa a partir do momento que a escola incentiva a inteligência emocional, mostra o potencial e fortalece a independência dos alunos. Eles são o nosso futuro, por isso, as escolas precisam formar pessoas mais resolutivas, criativas, empáticas e felizes”, explica o escritor Caio Dib.
Somos de humanas e exatas
É preciso despertar a genialidade inerente às crianças. É assim que Ya Jen Chang, presidente do Instituto Sidarda, se refere ao papel da educação, que deve ter o pensamento matemático como aliado nesse processo. “Enxergar o mundo pela lógica da matemática nos ajuda a desmistificar conceitos e apontar habilidades que podem ser melhoradas. É possível alcançar isso, a partir de um ensino que ressignifique a inteligência e a dificuldade de aprendizagem”, explica Ya Jen Chang, mestre em Educação pela Universidade de Harvard.
Somos de humanas e exatas. De acordo com estudo da revista científica Nature, nascemos com facilidade para aprender matemática, já que, com alguns dias de vida, temos noção de geometria e, com 8 meses, de estatística. Outro estudo, da University College of London, mostrou a capacidade do cérebro humano de crescer e se modificar na medida que adquire novos conhecimentos, o que altera conceitos sobre limitações no aprendizado.
“O fato é que a inteligência se desenvolve e a matemática pode ser aprendida. Precisamos mudar a forma de ensinar e tornar o processo mais leve. O primeiro passo é mostrar aos alunos que ninguém sabe tudo, nem mesmo o professor, e que tudo pode ser aprendido. Fazer com que eles entendam isso, provoca um impacto positivo e profundo na capacidade de compreender as coisas. Ao mudarmos nosso discurso, com um jeito diferente de pensar, estamos preparando melhor as nossas crianças para o futuro e as tornando capazes de transformar o mundo ao seu redor”, enfatiza Ya Jen Chang.
Vivências de transformação
Buscar práticas educacionais inovadoras e ajudar a construir novos modelos de educação. Esse foi o objetivo do escritor Caio Dib quando cruzou o Brasil para conhecer projetos de aprendizagem de 30 escolas. Para o autor do livro “Guia de sobrevivência da educação inovadora”, é possível dar novos sentidos à educação. “Ressignificar é ser flexível, mas sem perder o propósito inicial. É ser aberto a criar a partir da realidade do outro. É ser resiliente com humanidade”, avalia Caio Dib.
A educação é uma ferramenta para transformar o mundo. O escritor rodou o país atrás de professores e escolas que fazem a diferença. Durante as viagens, Caio conheceu escolas públicas e privadas de Educação Infantil à Educação de Jovens e Adultos (EJA). Entre as instituições que marcaram sua trajetória está a Escola Municipal de Educação Infantil Nelson Mandela, localizada em São Paulo, que hoje é modelo de inclusão social e de combate ao racismo. “Não foi fácil transformar essa escola em territórios de afeto. Foi preciso envolver professores, familiares e estudantes para enfim alcançar um currículo mais diverso e um ambiente mais humanitário”, lembra Caio Dib. Você pode conhecer melhor essa escola em uma reportagem produzida para o programa Conversa com Bial.
Quer saber como propor uma educação mais inovadora na prática? Confira aqui 4 metodologias inovadoras.