Confira sugestões para superar a dificuldade na alfabetização. Aprenda a ajudar seus alunos a desenvolverem suas habilidades de leitura e escrita.

 

A dificuldade na alfabetização pode se dar por diversos fatores, desde crianças que não conseguem memorizar o alfabeto até as que têm problemas na junção das sílabas. 

A sala de aula é como um jardim com diversos tipos de flores: apesar de cada uma ter suas próprias características, se regadas corretamente, todas florescem! Mas, afinal, quais são as principais dificuldades? Como percebê-las? 

Saiba tudo neste post, além de várias atividades e intervenções para que o processo de alfabetização seja tranquilo para seus alunos!

Quais são os sinais?

Confira a seguir alguns sinais que podem ser observados em alunos que estão com dificuldade no processo de alfabetização:

1. Dificuldade em reconhecer letras

Independentemente de qual método de alfabetização o professor escolher, o primeiro passo é a apresentação do alfabeto. Esse pode até ser considerado o mais simples, por ser mais uma questão de memorização, mas não é bem assim que funciona. 

Algumas vezes, as crianças não conseguem identificar as letras, se confundem e trocam o “b” pelo “p”, ou escrevem o “E” ao contrário, e assim por diante. 

Geralmente, esse é um dos primeiros sinais de que haverá mais dificuldades dali para frente. Nesses casos, o professor precisa superá-las antes de ir para o próximo passo.  

2. Dificuldade na consciência fonológica

A falta de consciência fonológica é quando as crianças custam a compreender o som das sílabas, ao ler “tasa” ao invés de “casa”, por exemplo. 

Nessa fase da alfabetização, elas também têm problemas com rimas, separação de sílabas, identificação de letras iniciais e de sílabas, como saber que “vaso” começa com “V”, mas não identificar o som dessa letra em “árvore”. 

3. Dificuldade na leitura, escrita e interpretação

Saber que l + a é “la” é diferente de saber reconhecê-la em um contexto de leitura, mesmo que das mais simples, como “bala”.  Ao realizar um ditado, o obstáculo é ainda maior, pois o aluno não tem nada em que se basear, apenas seu aprendizado internalizado. 

Por esse motivo, parece que a cada fase a dificuldade da alfabetização fica cada vez maior, não é mesmo? 

Afinal, como superar as dificuldades? 

Apesar das dificuldades na alfabetização, é possível superá-las com algumas sugestões simples, mas eficientes. Saiba como:

1. Avaliar os métodos + diagnóstico + separação em grupos 

Mais do que esperar algo dos alunos, os professores precisam avaliar a si mesmos. Mas, como assim? 

Às vezes, o problema está no método de ensino. O que não significa dizer que a abordagem do professor está errada, mas, sim, que aquele determinado grupo de crianças não se adapta a ela. 

Além disso, há chances de o aluno estar em uma etapa da alfabetização não condizente com as atividades e, nesse caso, é preciso identificar em qual ele está: 

  • Pré-silábica: ainda não tem conhecimento das letras e seus sons – o grafismo pode ser vários desenhos, círculos, palitos, etc. 
  • Silábica: conhece as letras e atribui valor a elas, mesmo não sendo exatamente a correspondência correta, inclusive achando que cada letra representa uma sílaba. 
  • Silábica-alfabética: consegue identificar algumas sílabas, mas ainda faz as confusões da etapa anterior;
  • Alfabética: consegue compreender o valor das letras e sílabas, as escreve e as lê corretamente (salvo os erros comuns, é claro). 

O que fazer: 

  1. Propor atividades diagnósticas.
  2. A partir dessas atividades, verificar em quais etapas citadas acima os alunos estão.
  3. Separá-los em grupos de acordo com cada um deles.
  4. Adaptar as atividades para cada grupo, dependendo das suas dificuldades de alfabetização.

2. Ensinar com ludicidade e propósito 

Além de pôr as dicas acima em prática, o professor deve sugerir atividades lúdicas, mas com propósito. As crianças são seres visuais e se interessam por jogos, cores, brincadeiras, e tudo o que melhor há na infância, não é mesmo? 

Os docentes não só podem, como devem aproveitar esses recursos para ensiná-las, utilizando atividades lúdicas. 

Jogos lúdicos e o desenvolvimento infantil: atividades para fazer em aula

Os pequenos amam brincar e se divertir, e um dos papéis dos professores é justamente somar essa característica ao aprendizado leve e respeitoso. Afinal, eles aprendem muito mais quando a atividade está inserida na realidade deles, do que com frases soltas como “Lili come bala.” 

Quando há dificuldade em alfabetizar, usar frases descontextualizadas pode atrapalhar, pois a criança não vê sentido naquilo e, consequentemente, não se interessa. 

Dicas de atividades

Fase pré-silábica:

  • reconhecer, explorar e manusear as letras do alfabeto em diferentes materiais e contextos: crachás, rótulos, textos, bingos, etiquetagem, legendas, jogos, colagens, recortes;
  • associar palavras escritas a objetos e imagens;
  • exploração oral e escrita de textos conhecidos de memória – poemas, trava-línguas, parlendas;
  • analisar a distribuição espacial dos textos e a orientação das fases (da esquerda para a direita, de cima para baixo, o espaçamento entre as palavras).

Silábica

  • alfabetos cantados, bingo de letras, de rótulos, atividades com alfabeto vivo, atividades com fichários dos nomes próprios;
  • explorar o alfabeto em jogos, letras móveis, jogo da forca, bingos, dominós, listas, atividade preguicinha, ditados de letras, cruzadinha, etc.
  • atividades de escrita espontânea;
  • leitura de histórias e demais narrativas com posterior reconto oral e escrito.

Silábica-alfabética e alfabética

  • Produzir textos: seja coletivamente, em grupos, em dupla ou sozinho, a partir de imagens, de leituras, de situações, de questionamentos, de necessidades de informar, divulgar, pesquisar, discordar, concordar; divertir, recontar, anunciar, convidar.
  • Montar e explorar bancos de palavras e construir coletivamente as regras ortográficas regulares; usar jogos de raciocínio para fixação dessas regras.
  • Atividades de letras que assumem sons diferentes em função da disposição que ocupam na palavra;
  • Trabalhar com textos que se sabe de cor, explorando a formação das sílabas, da ordem das palavras nas frases, da organização da escrita, da estruturação do texto;

Essas atividades são sugeridas pela Secretaria de Educação do Paraná, nessa cartilha, mas seguem o padrão das metodologias pedagógicas que tem o aluno como centro do aprendizado. 

Sobre o aluno ser protagonista das próprias histórias, conheça sobre a Pedagogia de Autonomia, de Paulo Freire. A partir desses conceitos, as dificuldades da alfabetização são mais facilmente superadas, acredite!

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