Um ano após o início da pandemia causada pelo novo coronavírus, o Brasil ainda enfrenta uma forte onda de casos e o mesmo impasse sobre as aulas presenciais. Embora algumas cidades ainda mantenham aulas à distância como prioridade no momento, já existe o retorno gradual às aulas presenciais ou semipresenciais em alguns municípios do país.
E com tantas novas regras de convívio, respeitando distanciamento e outros protocolos de segurança, como planejar as aulas e fazer as crianças se sentirem menos ansiosas e preparadas para o chamado novo normal? Separamos oito dicas para que o retorno à escola seja mais leve, seguro e prazeroso para você e para os pequenos.
Rotina de cuidados
Um dos passos mais importantes para o retorno às aulas é o cuidado com a higienização – pessoal, dos ambientes e materiais – e o respeito ao distanciamento social. Se para os adultos já é difícil manter os novos hábitos, para as crianças isso pode gerar ansiedade. A dica aqui é estabelecer regras de forma divertida com músicas, jogos e brincadeiras. Dessa maneira tudo fica mais fácil e leve, além de facilitar a imersão nos novos hábitos. Incentive que os pequenos mantenham os cuidados em casa, pois isso também ajuda a lembrar dos cuidados com a nova rotina.
Meditação
É completamente normal que nesse retorno os alunos sintam-se mais apreensivos e ansiosos com as atividades e com a interação dentro e fora da sala de aula. Isso pode causar comportamento inquieto e até mesmo mais agressivo, pois se para os adultos o isolamento social já causa bastante estresse, imagine para crianças que não têm a compreensão de tudo o que está acontecendo no mundo.
A meditação para iniciar o dia ajuda a focar o pensamento no aqui e no agora, diminui a ansiedade e faz com que as crianças possam começar as atividades com mais calma e tranquilidade. Essa pode ser uma prática rotineira até mesmo após a pandemia. Dalai Lama uma vez disse: “Se todas as crianças de oito anos aprendessem a meditar, não haveria mais guerras em uma geração”. Confira no vídeo abaixo uma dica de leitura rápida, fácil e interessante para você iniciar a prática com seus alunos.
O vídeo foi gravado antes da pandemia, então nunca é demais lembrar os cuidados de distanciamento e higienização nessa atividade, ok?
Cada um com o seu material
Antes era até recomendado que as crianças dividissem o material com os colegas, mas agora isso não é possível. Para que os pequenos não façam uso compartilhado dos materiais, certifique-se que todos tenham o que precisam para as atividades. Separe os itens em armários com etiquetas coloridas e/ou com formas geográficas, caso os alunos ainda não sejam alfabetizados, e com nomes completos se já souberem reconhecer seu nome. Ao cair no chão, o objeto deve ser sempre higienizado, de preferência com água e sabão ou com álcool em gel. Certifique-se de que cada aluno tenha seu próprio recipiente com álcool em gel na mesa, também com etiqueta.
Troca de máscaras
A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que crianças de até cinco anos não sejam obrigadas a usar máscara, mas, se a legislação local, ou as regras da escola exigirem que crianças menores façam o uso, um adulto responsável deve sempre estar monitorando a utilização de forma segura.
Para evitar o compartilhamento de máscaras entre alunos e controlar os horários para a troca segura de uma máscara para outra, algumas escolas têm adotado o sistema de cores. Ao chegar na escola, por exemplo, todos os alunos usam máscaras azuis e, logo após o lanche, vermelhas.
Outra possibilidade é adotar o uso de máscaras cirúrgicas que, além de serem descartáveis, não trazem estampas e desenhos de personagens. Nesse caso, para ter certeza de que os alunos fizeram a troca após algumas horas de uso, estabeleça momentos do dia para que todos façam essa troca de maneira segura, com o descarte correto. Ao verificar que a máscara esteja úmida ou molhada, peça para o aluno fazer a troca imediatamente. Tenha máscaras descartáveis extras na sala para possíveis incidentes.
Checklist diário
Para ter certeza de que todo mundo está saudável e apto para permanecer no ensino presencial, algumas escolas têm incluído na rotina um questionário para ser preenchido todos os dias pelos pais e responsáveis. Ele garante que alunos com sintomas, ou que tiveram contato com alguém contaminado nos últimos dias não sejam autorizados a frequentar as aulas presenciais. Você pode dar uma olhada nesse questionário aqui.
Lanches na sala de aula
O intervalo é outro assunto delicado, pois é um horário em que as crianças costumam interagir ainda mais umas com as outras. Uma dica é fazer o lanche em sala, onde cada um permanece em sua mesa e faz sua refeição depois de higienizar bem as mãos, a mesa e os materiais que vai utilizar como copos e talheres. Lembrando sempre que cada aluno deve ter sua própria merenda e seus objetos, não sendo possível compartilhar com os colegas.
Outro ponto importante é tirar a máscara com cuidado e armazená-la em um pacote fechado dentro da mochila. Ao terminar o lanche e colocar outra máscara, você pode propor atividades ao ar livre, sempre com supervisão de um adulto responsável e o respeito ao distanciamento. Manter os alunos na classe o tempo todo do intervalo não é recomendado.
Uso do banheiro
O banheiro é assunto para além da sala de aula e envolve outros profissionais da escola. Todo banheiro, assim como outros espaços devem ser devidamente limpos e higienizados por pessoas capacitadas, mas vale fazer combinados com os alunos para que eles também sejam responsáveis pela conservação da limpeza. Crianças pequenas devem ser monitoradas para que façam a higienização correta antes e após o uso do sanitário. Os alunos mais velhos devem ser orientados para que verifiquem se há sabonete, papel para secar as mãos, papel higiênico, e álcool gel disponíveis, avisando sempre algum responsável caso algum item esteja faltando.
Falar das boas notícias
Com o excesso de informações e notícias, os alunos podem sentir-se bastante inseguros, amedrontados e ansiosos com esse momento no mundo. O tempo todo somos bombardeados com estatísticas pesadas sobre a pandemia e isso pode reverberar de uma maneira negativa nas crianças. Claro que a ideia aqui não é fazer com que os alunos esqueçam os cuidados e acreditem que a pandemia acabou, mas ler boas notícias como a eficácia das vacinas, dados de países que já estão voltando aos poucos com as atividades e descobertas científicas recentes pode despertar o ânimo e a esperança nos pequenos. Mostre a eles que o momento é delicado, mas com cada um se cuidando e fazendo sua parte, em breve poderemos estar mais perto de novo.