Entenda como ensinar sobre educação alimentar e financeira na sala de aula; confira atividades para falar sobre o assunto de forma prática

 

Um estudo realizado pelo Laboratório de Análise do Ambiente Humano da Western (HEAL), centro de pesquisa de saúde da Western University, demonstra que crianças com maior conhecimento sobre alimentação têm uma tendência maior de consumir frutas e legumes, promovendo, assim, uma alimentação saudável. Além disso, a educação alimentar não apenas influencia nossa saúde, mas também tem um impacto significativo em nossas finanças pessoais.

Portanto, é fundamental compreender como nossas escolhas alimentares afetam diretamente nosso orçamento desde a infância. Então, veja abaixo como professores podem falar da integração da educação alimentar e financeira em uma abordagem interdisciplinar. 

O que é educação alimentar?

A educação alimentar ensina a fazer escolhas inteligentes na alimentação, focando na relação entre saúde e comida. Ela faz parte de um programa abrangente que engloba motivação, mudança de hábitos e apoio contínuo.

Além disso, quando direcionada a crianças, torna-se uma jornada divertida de descoberta, ensinando-as a se alimentar de forma saudável, a reconhecer seus sinais de saciedade e a adotar uma postura crítica em relação à publicidade.

Como a educação alimentar impacta na questão financeira?

Além de ter um impacto direto na saúde e no bem-estar, a educação alimentar também influencia diretamente nossa situação financeira. Isso porque, o que comemos e como fazemos escolhas alimentares impactam diretamente o orçamento. 

Dessa forma, os professores podem abordar o tema da educação alimentar e financeira de forma interdisciplinar. Esses dois temas estão interligados e ambos fazem parte dos 15 Temas Contemporâneos Transversais (TCTs) estabelecidos na Base Nacional Comum Curricular (BNCC).

A união desses dois temas ajuda a ensinar como fazer escolhas alimentares inteligentes pode ajudar as crianças a economizar dinheiro a longo prazo e a construir hábitos saudáveis para toda a vida.

Brincar de mercado

Uma excelente maneira de integrar educação alimentar e financeira na escola é por meio da organização de uma atividade de mercado simulado. Nela, os alunos escolhem produtos fictícios com preços reais. Aliás, essa é uma experiência que obteve grande sucesso na EMEF Professor Milton Dias Porto, em Naviraí (MS).

Essa atividade não apenas ajuda os alunos a compreenderem os princípios da educação financeira, mas também promove escolhas alimentares saudáveis e conscientes. Além disso, permite que eles explorem temas interdisciplinares de forma prática, tornando o aprendizado mais envolvente e significativo. Confira dicas para organizar essa atividade.

Preparação do mercado na escola

O primeiro passo é preparar o mercado na escola. Para isso, escolha um local adequado, como o pátio, para montar o mercado simulado. Caso não seja possível, pode ser feito no fundo da sala de aula.

Em seguida, crie embalagens de alimentos fictícios com preços reais. Você pode utilizar rótulos de produtos reais ou criar os seus. Além disso, monte gôndolas ou prateleiras para exibir os produtos. O ideal é evitar alimentos ultraprocessados, como bolachas, salgadinhos e doces dando preferência a alimentos mais naturais e frutas.

Providencie caixas de papelão ou caixas registradoras para a parte financeira do mercado e crie dinheiro fictício para as transações. Se possível, tenha um “banco” por meio do qual os alunos possam trocar notas.

Defina regras para a atividade

Quando o mercado estiver pronto, é hora de definir as regras para a atividade. Algumas definições que devem ser feitas são:

  • Quais papéis cada aluno irá assumir: caixa do supermercado, banco ou os consumidores;
  • Orçamento de cada aluno que será consumidor;
  • Quanto tempo eles terão para fazer suas compras;
  • As compras devem ser feitas para qual período? (por exemplo: comprar alimentos para 1 semana);
  • Valores dos produtos (vocês podem pesquisar os valores reais em um mercado próximo ou na internet);
  • O objetivo (que deve ser fazer uma compra de alimentos saudáveis com o dinheiro que possui). 

Antes de começar a atividade, explique que cada um deve fazer a gestão do seu dinheiro.

Hora de abrir o mercado e começar as compras

Explique as regras da atividade, incluindo a importância de fazer escolhas alimentares saudáveis dentro do orçamento.

Em seguida, incentive os alunos a conhecer o mercado, fazer compras e registrar suas transações. Assim, depois será possível analisar as compras realizadas por cada um.

Discussão e aprendizado

Após a atividade, reúna os alunos para uma discussão. Pergunte sobre as escolhas que fizeram, como gerenciaram seu dinheiro fictício e quais aprendizados tiveram com a experiência.

Aliás, essa é uma atividade interdisciplinar que aborda diversos temas, como:

  • Alimentação saudável;
  • Combate ao desperdício alimentar;
  • Reciclagem;
  • Consumo consciente;
  • Reutilização de materiais;
  • Educação financeira.

Durante a discussão, o professor pode enfatizar a importância de tomar decisões financeiramente inteligentes quando se trata de alimentação. Por exemplo, se um aluno deveria comprar alimentos para uma semana, mas adquiriu todo o estoque de bananas do mercado, isso pode resultar em prejuízo e desperdício.

Gostou desse artigo? Confira Como ensinar educação financeira: 6 dinâmicas para fazer em sala de aula.

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