Vítimas de bullying virtual podem sofrer ainda mais danos do que no bullying tradicional. Veja qual o papel do professor no combate a esse fenômeno

De acordo com pesquisa divulgada pela Microsoft no início de 2021, cerca de 43% das pessoas entrevistadas relataram incidentes de bullying virtual. E os índices são ainda mais preocupantes diante do número de crianças e jovens que precisam acessar a internet todos os dias, especialmente durante a pandemia de covid-19.

Por isso, além dos pais, a escola e os professores também possuem um papel fundamental na conscientização e educação de crianças e adolescentes sobre os riscos de bullying no ambiente digital. Para ajudar, veja a seguir algumas considerações sobre o bullying virtual e saiba como trabalhar o assunto em sala de aula.

O que é bullying virtual?

Para entender o bullying virtual, também conhecido como cyberbullying, é necessário analisar as principais questões sobre o assunto. O fenômeno ocorre com muita frequência no ambiente escolar e consiste em ações intimidatórias, que podem até resultar em violência física real. O  bullying virtual é feito  de maneira muito parecida, no entanto, as agressões não são físicas, mas sim on-line.

As novas gerações vivem em uma sociedade fortemente dependente das tecnologias e da internet, mas, com a chegada da pandemia, a conectividade  aumentou. Sem poder sair muito de casa, as crianças ficam mais tempo em frente às telas.

Se antes, distinguir o real do virtual já não era uma tarefa fácil, agora ficou ainda mais complicado, principalmente porque o que acontece no mundo virtual pode influenciar e condicionar a vida real. E é justamente por isso que o bullying virtual pode representar um sério perigo para a segurança física e mental da vítima.

Cyberbullying é crime?

Apesar de muito grave, o bullying virtual ainda não é considerado um crime em si. Mas, isso não significa que as agressões ficam impunes.

O agressor deve ser punido por meio do Código Penal quando configura  crimes contra a honra como calúnia, difamação e injúria, crime de injúria racial e exposição de imagens de conteúdo íntimo, erótico ou sexual. As penas podem chegar a quatro anos de reclusão.

Como o professor pode ajudar a combater o bullying virtual?

Combater o fenômeno do cyberbullying não é nada fácil, mas é muito importante que as crianças sejam capazes de superar a sensação de vergonha, pedindo ajuda a uma figura de referência adulta, abrindo-se ao diálogo. Por isso, o professor tem um papel fundamental nesse combate.

Acompanhe abaixo algumas maneiras com as quais o professor pode atuar:

Entendendo o que é o bullying virtual

A intimidação pode ocorrer por meio de chamadas telefônicas, mensagens de texto, e-mails, chats, redes sociais, fóruns on-line ou sites de jogos. O cyberbullying se manifesta por meio de ataques de vários tipos que podem ocorrer a qualquer hora e lugar. Podem ser:

  • Mensagens de texto com insultos, palavrões ou ameaças (flaming).
  • Criação de grupos no WhatsApp, Messenger ou rede social em que o alvo é ridicularizado por todo o grupo (assédio).
  • Exclusão de grupos criados em redes sociais ou similares (exclusão).
  • Envio de imagens vulgares e constrangedoras em chats do Messenger, Facebook ou WhatsApp (degradação).
  • Publicação nas redes sociais de material privado com comentários desagradáveis ​​sobre a pessoa, visíveis por todos ou divulgação e envio aos amigos de fotos comprometedoras ou constrangedoras (cyberstalking).
  • Violação de um perfil pessoal ou por roubo de identidade (roubo de identidade).

Sabendo identificar a vítima

O professor também tem um papel muito importante na identificação da vítima. É o laço com o aluno que fará reconhecer as mudanças de comportamento. Normalmente, a vítima de bullying virtual costuma apresentar mudança repentina e drástica de humor, e até se isolar.

Outro fator que deve ser observado é o abandono escolar precoce e a vida social limitada.

Falando sobre o assunto em sala de aula

Muitas vezes, a criança sabe que está passando por um problema, mas talvez não saiba nem mesmo explicar sobre o que é. Para que isso não ocorra, faça aulas explicativas sobre o que é o bullying virtual, como acontece e quais os perigos.

Outro ponto importante é que os alunos não sejam os praticantes de cyberbullying. Sendo assim, professores podem ajudar  crianças e adolescentes a entenderem a fronteira entre uma brincadeira e uma agressão.

Você também pode trabalhar em sala de aula assuntos como:

Envolvendo os pais dos alunos

É fundamental envolver os pais e responsáveis no combate ao bullying on-line. Explique aos pais que eles devem monitorar celulares e computadores, ajudando os filhos a utilizá-los corretamente, definindo senhas quando necessário e limitando seu uso a determinados horários.

Essa parceria entre pais e professores é essencial para combater o bullying on-line.

O que fazer quando uma situação de bullying virtual é detectada?

Ao perceber que um aluno sofre bullying virtual, o professor pode:

  • Informar os pais ou um adulto de referência sobre o que está acontecendo.
  • Informar a polícia imediatamente.
  • Instruir o aluno a alterar endereço de e-mail, conta e nome de usuário para evitar ser identificado e incomodado.
  • Instruir o aluno e os pais para que mudem o número do celular e comunique apenas algumas pessoas.

Para saber mais sobre esse assunto, veja neste artigo 3 atividades para combater o bullying na educação infantil.

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