O tema bullying na escola é um assunto que cada vez mais está sendo discutido e explorado por educadores, a fim de compreender e combater esta prática no dia a dia dos educandos. Mas o que é realmente o bullying? Bem, em relação à expressão, ela tem origem na língua inglesa “bully” que pode ser traduzida como os verbos “intimidar” e “amedrontar”, assim como pelo adjetivo “brigão”.
Vivenciar situações de bullying é uma experiência séria e angustiante, que afeta negativamente na autoestima e confiança das crianças. Muitas delas, inclusive, carregam os efeitos do bullying na vida adulta. Portanto, é importante que nós, educadores, tenhamos boas informações para ajudar nossos educandos a lidar com as situações relacionada ao bullying, desde a compreensão do que é esta ação, seus impactos na vida dos colegas, até a buscarem soluções para superar possíveis casos.
Para contribuir com informações sobre o papel da escola e educadores neste processo todo, nós trabalhamos em artigos conteúdos interessantes e fundamentais para saber como agir em casos de bullying na escola, como:
Prática de bullying: como educadores podem perceber e combater esse mal?
Até pouco tempo atrás, as questões relacionadas ao bullying eram encaradas apenas como “briguinhas de crianças”, e eram justificadas como brincadeiras bobas e naturais no dia a dia infantil. Felizmente, de uns tempos para cá, avançamos na discussão e já compreendemos que bullying é um problema crônico na escola. É um tipo de comportamento que não surgiu ontem e, muito menos, será superado de uma hora para a outra.
E para contribuir com o processo de percepção, reflexão e atuação dos educadores a respeito do bullying na escola, nós buscamos referências e preparamos este material com alguns toques importantes para abrirmos cada vez mais os olhos para essa causa. Entenda como você você também pode se engajar para tornar a escola um lugar de construção de conhecimento e estímulo ao respeito e igualdade entre seus educandos acessando o link.
Tudo começa com bullying na escola: problemas psicológicos em vítimas de violência no ambiente escolar
Muitas vezes as crianças não compreendem o impacto de suas ações, mesmo colocando-as intencionalmente em prática, quando o assunto é opressão em relação a outra pessoa no ambiente escolar. E é aí que entra a importância do educador no processo: precisamos guiar e estimular compreensão no que se refere ao entendimento de que respeito é algo necessário para a vida em sociedade e, inclusive, a escola não é um lugar para agredir alguém.
Para inspirar você a perceber mais sinais e tornar-se ativo nessa caminhada junto com a gente, nós buscamos e elencamos algumas doenças e problemas psicológicos que podem ser causados a pessoas que são vítimas de bullying. É importante conhecer: clique aqui.
3 atividades para combater o bullying na educação infantil
Tratar do tema bullying em sala de aula representa um grande desafio para os educadores. Por ser um assunto muito delicado para o dia a dia das crianças, mas também por estimular uma reflexão que incomoda o agressor, ao ponto dele mascarar suas ações ou não reconhecer nelas a prática de violência. No entanto, é muito importante trazermos este conteúdo para a rotina escolar, a fim de promover uma visão crítica em relação a comportamentos que muitas vezes são percebidos pelas crianças como brincadeira.
Por esta razão, agora vamos apresentar algumas possibilidades de ações e atividades que os educadores podem adotar para trabalhar de forma leve e eficiente o combate ao bullying na vida dos nossos alunos. Prepare-se para uma boa dose de inspiração e aproveite a leitura no link.
Webinar sobre bullying
Inspirados por todos estes conteúdos que citamos, nós convidamos os psicólogos Marcos Meier e Jeanine Rolim para participar de um bate-papo ao vivo, tirar dúvidas e apresentar novas reflexões e possibilidades para educadores lidarem com situações de bullying na escola.
Logo no começo da transmissão, Marcos pontua uma questão extremamente relevante a respeito da forma como pensamos o bullying na escola. De acordo com ele: “virou mania falar em bullying, ao ponto de qualquer ação na escola pode ser caracterizada como bullying”. Por exemplo: “João fez bullying comigo”, mas na verdade o João apenas cometeu ato único de violência. Ações individuais não são caracterizadas como bullying.
IMPORTANTE
Para ser bullying temos que ter três pontos-chave:
- Tem que ser intencional (causar dor física ou emocional)
- Tem que haver um desequilíbrio de força ou poder (normalmente um grupo contra uma única pessoa)
- Tem que ser repetitivo (todos os dias, todas as aulas, todo treino, etc)
Jeanine também pontuou que a escola pode ser um ambiente propício para a prática do bullying. Uma vez que as crianças passam pelo menos quatro horas por dia, cinco dias por semana, nove meses por ano, em ambiente escolar. E por isso a percepção e contribuição dos educadores para superar casos de bullying se torna extremamente importante.
“As crianças são pessoas que mesmo estando em estado de aprendizagem já sentem, interpretam e codificam mensagens. E isto impacta na forma como elas aprendem sobre as relações sociais.” (Jeanine Rolim)
Clique aqui para conferir o bate-papo na íntegra!
Agressores X vítimas
“Agressores” e “vítimas” são uma nomenclatura que foi deixada para trás. Conforme Marcos explica durante o webinar, isto aconteceu porque designar alguém como agressor e vítima atribui um peso muito forte para as crianças. Por esta razão, a nova proposta de abordagem para os educadores usarem durante situações em que forem tratar o bullying, os termos sugeridos são: autor e alvo de bullying.
Isso acontece porque, mais tarde, pode ser que as crianças mudem de comportamento e tomem consciência do que fizeram, então desta forma é importante saber orientar e compreender que as palavras e títulos possuem peso para determinar a forma como a criança vai absorver a situação.
Palavras têm poder
Às vezes crescemos com a ausência do reconhecimento do nosso autovalor. Mesmo que as crianças não recebam coisas agressivas como “você não vai dar em nada”, a ausência de reconhecimento de ações positivas também faz diferença para a formação da personalidade delas. É importante demarcar bons comportamentos. Afinal se não existe esta valorização, as crianças acabam absorvendo apenas os feedbacks negativos. Isto gera um auto conceito distorcido sobre ela mesma.
Quando a criança tem a autoestima rebaixada, a fala agressiva dos colegas encontra espaço nela. Autoestima bem fundamentada e consciência não distorcida de si mesmo é uma grande aliada para que as crianças saibam o real valor de si mesmas, para que os impactos do bullying na escola sejam menos negativo no dia a dia delas.
E um grande problema que acontece na realidade brasileira é que muitas escolas não estão preparadas para lidar com o bullying. Inclusive, em 2015 foi assinada uma lei nº 13.185/2015 obrigando todas as escolas, academias e clubes para realizarem um trabalho de prevenção ao bullying.
Neste contexto, é importante ressaltar que a Lei não pede para as instituições agirem apenas quando o bullying na escola estourar. Pelo contrário, ela reforça que precisamos de um projeto constante para prevenir. É importante que os educadores saibam trabalhar questões como educação emocional, construção da paz, alfabetização emocional, para realizar projetos que agreguem, somem e construam a paz, para não deixar espaço para o bullying.
Se você se sentiu inspirado e quer conferir o webinar na íntegra (a gente aconselha fortemente a fazer isto), ele está disponível gratuitamente no link.
Faça a sua parte e assim poderemos tornar a escola um ambiente mais saudável e propício à construção de conhecimento a todos os alunos. E também lembre-se sempre: combater um bullying na escola é uma medida necessária, que também é responsabilidade para TODOS OS EDUCADORES. Contamos com você!