Trabalhando junto os adultos podem influenciar positivamente na formação; Confira o texto completo
Crianças aprendem o mundo por meio das palavras, mas vivem o mundo através dos exemplos. Por isso, o papel dos adultos — pais, responsáveis, professores e cuidadores — vai muito além de orientar ou ensinar: mas também em inspirar pelo modo de viver.
A atitude dos adultos influencia diretamente a criação de hábitos saudáveis, do gosto pelo estudo ao equilíbrio com o lazer, e como o autocuidado também se transforma em uma ferramenta poderosa na formação das próximas gerações.
Crianças não aprendem só pelo que escutam. Elas aprendem, principalmente, pelo que observam
É comum familiares pedirem às crianças que leiam mais, se alimentem melhor, durmam cedo, respeitem os outros e valorizem a escola. Mas com que frequência esses mesmos adultos praticam tais comportamentos no cotidiano?
A infância é um terreno fértil de observação, no qual os modelos de comportamento são construídos. E os adultos ao redor são as principais referências.
- Um responsável que lê regularmente ensina que a leitura faz parte da vida.
- Um adulto que continua a estudar, mesmo depois da escola, transmite a ideia de que o aprendizado nunca termina e pode ser prazeroso, não somente uma obrigação.
- Um adulto que se diverte com leveza, sem culpa, mostra que o lazer é tão importante quanto a disciplina.
- Um adulto que cuida da própria saúde ensina que o corpo e a mente são patrimônios que merecem atenção constante.
As crianças não precisam apenas de regras. Elas precisam de modelos coerentes, que mostrem na prática o que significa estudar, descansar, brincar e crescer com equilíbrio.
Pais ou responsáveis: o berço das primeiras referências
A família é o primeiro espaço de convivência e aprendizado. É nela que surgem os primeiros hábitos e valores, muitas vezes antes mesmo de a criança aprender a falar. O papel dos pais e responsáveis vai além de prover sustento e segurança. Eles têm um impacto profundo sobre:
- A relação da criança com os estudos, pois as crianças que veem adultos valorizando o conhecimento tendem a desenvolver curiosidade e postura positiva em relação à escola.
- O entendimento sobre lazer e descanso, já que ambientes em que o brincar é respeitado e o tempo livre é estimulado, gera crianças mais criativas e menos ansiosas.
- A construção da autoestima, pois o modo como os familiares se comunicam com a criança — e consigo mesmos — influencia diretamente a visão que ela vai enxergar o próprio valor.
Vale lembrar que não se trata de ser perfeito, mas de ser presente, atento e disponível emocionalmente.
Educadores: guias de formação e inspiração
Na escola, os professores ocupam um lugar especial no desenvolvimento de crianças e adolescentes. Eles são os mediadores do conhecimento, mas também os representantes de um futuro possível.
O docente que demonstra paixão pelo que faz, que respeita os alunos, que escuta e se reinventa mostra que o aprendizado pode ser leve, instigante e vivo. Além disso, educadores também são fundamentais para:
- Estimular a autonomia e o senso crítico.
- Propor projetos que estimulem a criatividade e a curiosidade.
- Reforçar valores como empatia, responsabilidade e ética.
- Mostrar, com atitudes, que o cuidado com o outro e consigo é essencial
Em tempos de sobrecarga emocional e exigências excessivas, educadores também precisam lembrar de que cuidar de quem educa também faz parte da educação.
O autocuidado do adulto é parte do cuidado com a criança
Crianças que crescem ao lado de adultos emocionalmente exaustos, estressados e negligentes consigo têm mais dificuldade em desenvolver segurança e estabilidade. Por isso, cuidar de si não é egoísmo, é responsabilidade. Algumas formas de atenção pessoal são:
- Aprender algo novo.
- Buscar fazer terapia
- Manter hábitos saudáveis.
- Reservar momentos de lazer e descanso.
- Confiar e se permitir contar com ajuda de uma rede de apoio.
Tudo isso melhora a qualidade de vida dos adultos e serve de exemplo para as crianças, mostrando que é possível viver de forma saudável, equilibrada e feliz.
Uma nova pergunta para os adultos
A pergunta não é mais apenas “o que você quer que seu filho ou aluno aprenda?”, mas sim:
“O que as suas atitudes estão ensinando hoje?”
Estudo, diversão e prosperidade não devem ser tratados como metas distantes, mas como partes que se integram na rotina. E isso começa no modo como os mais velhos vivem, agem e se relacionam com o mundo.
Cada refeição feita com calma, cada limite respeitado, cada noite bem dormida e cada gesto de autocuidado é uma aula silenciosa e poderosa.
Cuidar de uma criança começa por cuidar de si
A infância é curta, mas seus aprendizados são duradouros. Formar jovens que saibam estudar com prazer, brinquem com leveza e prosperem com equilíbrio exige, antes de tudo, que os adultos ao redor também aprendam a viver assim.
Educar é guiar com palavras, sim. Mas é principalmente mostrar com atitudes.
E o melhor momento para começar esse processo em nós mesmos é agora.
Topa o desafio?