Você já ouviu falar em Aprendizagem Baseada em Problemas (ou Project-Based Learning)?
Popularmente conhecido como PBL, por causa do nome em inglês, a Aprendizagem Baseada em Problemas é uma metodologia inovadora, que propõe que uma mudança no papel que o aluno tem em sua própria aprendizagem. O método tradicional de ensino prevê que o professor passe todas as informações em sala de aula e que, após a aprendizagem teórica, o aluno tenha alguns minutos para fazer exercícios ou fazer perguntas sobre a matéria.
No PBL, a participação do aluno é muito mais ativa. Os alunos são convidados a encontrar um problema da vida real que se relacione com o conteúdo sendo estudado, e que encontre uma solução para esse problema. O ideal é que os alunos trabalhem em grupos pequenos para essas atividades.
Dentro dessa técnica de ensino, o professor fica com o papel de guiar os alunos nos projetos e esclarecer eventuais dúvidas. A ideia é que a aprendizagem em si aconteça enquanto o aluno pratica as matérias.
Essa metodologia surgiu inicialmente na década de 60 na Universidade de Medicina de McMaster, no Canadá. Com o tempo, outras universidades foram adotando o método, e hoje em dia muitas escolas de ensino fundamental e médio adotam a técnica.
Em países como a Finlândia, essa técnica é a mais utilizada em sala de aula. Os alunos são constantemente incentivados a estudarem casos, encontrarem problemas e pensarem em novas soluções.
Vantagens da Aprendizagem Baseada em Problemas
- Maior engajamento em sala de aula, visto que os alunos precisam ser participativos
- Aumento do senso de responsabilidade dos alunos, que passam a ser “responsáveis” por seu próprio ensino
- Estímulo à criatividade, pensamento crítico e análise
- Estímulo à cooperação, sendo que os alunos precisam trabalhar em equipes para encontrar soluções
- Promove debates educativos dentro da sala de aula
- Permite trabalhar várias disciplinas ao mesmo tempo
Como adotar essa metodologia em sala de aula?
1. Primeiramente, defina qual o objetivo do seu projeto e quais metas você quer atingir com ele
Além de definir qual o conteúdo que você quer que os alunos trabalhem, você também precisa definir quais outros aprendizados você quer envolver no projeto. Desenvolver escrita? Comunicação oral? Habilidade em usar determinada tecnologia?
Dessa forma você pode criar métodos de avaliação do projeto dentro desses objetivos. Por exemplo, se você quer treinar a oralidade parte do projeto de pesquisa pode envolver uma apresentação para a turma toda. Ou uma atividade de debate dentro da sala de aula, com diferentes equipes conversando sobre os resultados encontrados.
2. Escolha o cenário no qual seus alunos vão trabalhar
Pense em um problema real, complexo e relacionado à sua matéria. Desenvolva então um cenário que permitirá que seus alunos pensem, discutam e pesquisem soluções. Dependendo do projeto, você pode incentivar os próprios alunos a conversarem e a identificar um problema junto com você. Lembre-se de escolher um cenário fácil quando for introduzir essa nova metodologia para alunos!
3. Pesquisa
Nessa fase, os alunos se dividem em equipes e definem o que eles já sabem sobre o problema, o que eles precisam descobrir e onde eles podem pesquisar as informações. É o papel do professor auxiliar os alunos nessa busca. Ajude-os com perguntas específicas sobre o projeto e incentive-os a criar uma teoria sobre a solução do problema e tentar, ao longo do projeto, ver se ela estava certa.
4. Apresentação
Essa é a hora que a turma se reúne de novo para mostrar o que encontraram. A forma de entrega desse projeto é você que escolhe, pode ser uma apresentação em vídeo, powerpoint, em forma de teatro…
5. Avaliação
Avalie o processo de identificação, pesquisa e solução de problemas de cada equipe. Considere também pedir para que todos os alunos escrevam uma reflexão sobre como foi participar do projeto e sobre os dados encontrados ao longo do processo.
Uma pesquisa realizada na Universidade de Stanford mostrou que estudantes que aprendem “colocando mão na massa” e realizando projetos, possuem um desempenho e um nível de retenção até 30% maior do que os alunos que tiveram o mesmo conteúdo de forma convencional.
Uma segunda pesquisa, realizada dessa vez no Brasil pela Nossa Escola em (Re)Construção, mostrou que 36% dos alunos querem aprender através de projetos práticos, e que 37% acreditam que o uso de ambientes internos e externos no processo de aprendizado pode fazer a diferença.
Os programas Cooperjovem e a União Faz a Vida, da Sescoop e Sicredi, também incentivam o aprendizado através de projetos pedagógicos. Clique aqui para conhecer mais sobre os projetos já realizados pelas escolas participantes dos programas.
E você? Já fez algum projeto em sala de aula? Conte para gente nos comentários abaixo como foi a experiência.