Confira como incluir o empreendedorismo na escola e desenvolver as habilidades práticas do dia a dia em sala de aula
Português, matemática, história ou geografia são matérias indispensáveis para o aprendizado das crianças. Mas também é muito importante que os alunos adquiram novos conhecimentos como educação financeira e empreendedorismo, por exemplo. Além de úteis, entender a aplicação prática de algo, estimula as crianças a aprenderem mais. Mas como compartilhar noções de empreendedorismo na escola?
Confira abaixo algumas habilidades que as crianças podem aprender na escola e aplicar ao longo da sua vida adulta. Vamos lá?
Empreendedorismo na escola
O empreendedorismo é um dos principais pilares da economia brasileira. Cerca de 76% dos jovens sonham em ter seu próprio negócio, segundo levantamento realizado pela Firjan. No entanto, a pesquisa Sobrevivência de Empresas, realizada pelo Sebrae, aponta que três em cada 10 MEIs fecham as portas antes de completar cinco anos. Entre as principais razões, estão a falta de experiência e conhecimento por parte dos empreendedores.
Mas esse cenário pode ser muito diferente se crianças e jovens tiverem uma educação empreendedora desde a educação infantil. Isso porque, a educação para o empreendedorismo visa desenvolver atitudes, conhecimentos, aptidões e competências nos alunos, úteis não só para um possível compromisso empreendedor, mas em contextos de trabalho e experiências de cidadania ativa.
Nos países escandinavos, como Dinamarca e Finlândia, por exemplo, ensinar empreendedorismo desde a educação infantil já é uma prática instituída. Para trazer este tema para a sala de aula, o professor pode trazer conteúdos teóricos ou então realizar atividades práticas.
Como teoria, é interessante conhecer e mostrar para as crianças o processo de decisão de uma compra e a jornada do cliente. Assim, elas descobrem quais as motivações de compra, o que os produtos tentam resolver para os consumidores e isso facilita o processo para ideias inovadoras. Nesta prática, o pensamento crítico e criativo é colocado em destaque, além de um exercício de responsabilidade e cidadania.
Já como prática, as seguintes atividades podem ser propostas:
- Bazar na sala de aula: brinquedos, roupas, livros, podem ser a solução de um problema para muitas pessoas em diferentes situações.
- Feira para arrecadar alimentos para comunidades carentes: Engajar pessoas é um dos movimentos essenciais no empreendedorismo, que tal escolher uma causa e praticar?
- Utilizar a tecnologia para projetos on-line: hoje, problemas e soluções estão no cenário virtual. Mostrar essa possibilidade às crianças é nosso compromisso.
- Jogos para estimular o espírito empreendedor: gamificar a aprendizagem é sempre uma excelente alternativa. Veja aqui alguns que o Sebrae disponibiliza gratuitamente.
- Resolução de desafios: que tal buscar desafios reais? Uma conversa com empreendedores locais pode oferecer grandes oportunidades para resolução de problemas. E não se engane, as crianças podem propor soluções viáveis! Desse modo empatia e cooperação entram em ação.
As atividades práticas estabelecem a maior conexão e entendimento de como usar os aprendizados teóricos fora da sala de aula. Para se inspirar, veja aqui material divulgado pelo Sebrae com 6 atividades para ensinar empreendedorismo infantil.
Informática
Faz muito tempo que as aulas de informática deixaram de ser um aprendizado que poucos alunos tinham acesso em cursinhos preparatórios. Atualmente, é fundamental entender de informática e outras tecnologias; a pandemia provou isso. Por isso, essa é uma das tendências na educação infantil.
Ensinar informática na escola também é uma maneira de inclusão social e digital. Além disso, o uso adequado da informática pode ser muito benéfico para os alunos, que aprendem a desenvolver habilidades como:
- capacidade de lidar com problemas;
- uso inteligente de pesquisas on-line;
- pensamento crítico e inovador;
- reconhecimento e valorização de diferentes culturas e saberes;
Educação financeira
Outra habilidade muito importante que os alunos podem aprender em sala de aula e levar para a vida fora da escola é a educação financeira. Nessa idade, eles já podem aprender o quanto é importante poupar em um cofrinho, por exemplo.
De forma simples, podemos dizer que educação financeira é uma forma de fazer escolhas sobre um tema econômico e financeiro. Conhecer os instrumentos financeiros mais comuns permite planejar melhor seus objetivos futuros, administrando seu dinheiro com mais eficiência no presente.
Quando uma criança aprende sobre finanças ainda na educação infantil, ela já começa a entender a importância e o valor do dinheiro. Dessa forma, contribui-se para o desenvolvimento infantil e de adultos mais conscientes.
Para ensinar educação financeira para crianças, o professor pode usar aulas práticas e dinâmicas. Uma boa dica é por meio de jogos como os clássicos Banco Imobiliário, Monopoly e Jogo da Vida. Você pode fazer os tabuleiros em sala de aula e criar os próprios jogos.
Oratória e comunicação
Como a escrita e a leitura, a comunicação oral deve ser parte integrante das habilidades desenvolvidas pelos alunos desde a educação infantil. Assim, como é fundamental saber ler e escrever, também é preciso aprender a se expressar e a falar em público.
A aquisição dessa habilidade permite ao aluno aprender a se questionar e a questionar os outros para obter informações ou receber feedbacks sobre diversos assuntos, fundamental em qualquer fase da sua vida.
Enquanto algumas crianças têm facilidade em falar em público, outras sentem muita ansiedade, ou até mesmo, um terror paralisante. No entanto, ter essa habilidade é fundamental, seja para uma entrevista de emprego, negociar um contrato, ou até para expressar suas opiniões em família ou entre amigos.
Para ajudar a desenvolver esse hábito no dia a dia escolar, o professor pode usar estratégias como:
- Trabalhos em grupos: é interessante fazer com que os alunos mudem de grupo a cada trabalho, assim, aprendem a falar com pessoas diferentes.
- Apresentações orais: até mesmo os mais tímidos devem desenvolver esta habilidade.
- Atividades de integração: dessa forma, os alunos se integram com novas crianças.
- Apresentação de teatro ou dança: ajuda-os a perder a timidez e o medo do público.
- Show de talentos: mesmo que tímido, se o aluno for apresentar algo que goste, irá se sair melhor.
É sempre importante respeitar as limitações de cada aluno. Ao mesmo tempo, é essencial ajudá-los a desafiara a seus próprios limites e a desenvolver essa habilidade.
Veja aqui como será a escola do futuro: mais colaborativa e menos competitiva.