Quando falamos da educação que é ofertada no Brasil, não se pode deixar de considerar os mitos e as verdades que são propagados em todo tipo de ambiente, principalmente quando a discussão é sobre a rotina de professores e pedagogos que atuam dentro e fora da sala de aula. Mas afinal, dentre tudo que é dito, o que será verdade? E o que será invenção? Para ajudar você a entender um pouco mais esse universo, separamos neste artigo 10 mitos e verdades sobre a educação no Brasil. Confira:

Para ser pedagogo é preciso gostar de trabalhar com crianças

MITO! Embora muitos pedagogos e pedagogas recém-formados optem por trabalhar na educação infantil ou nos primeiros anos do ensino fundamental, outros preferem atuar em lugares diversos, e têm espaço para isso. Existem inúmeras áreas nas quais o foco não é o ensino de crianças. No entanto, é verdade que durante a graduação são intensos os estudos voltados para o trabalho com essa faixa etária.

Pedagogos podem trabalhar fora da escola

VERDADE! Além de atuar no ambiente escolar, um pedagogo pode exercer sua profissão também em empresas, associações e ONGs, hospitais, abrigos, museus, dando aulas particulares e educação especial, na pesquisa científica e em outros segmentos.

Para ser professor é preciso ter vocação

MITO! No latim, vocare significa “chamar”. Vocação seria então um “chamado” para que a pessoa exerça determinada profissão, porém, quando falamos de profissionais da educação, não estamos afirmando que se trata de uma capacidade inata, mas sim, de uma carreira que se constrói com empenho, formação e educação continuada, condições que possibilitam o domínio das atividades práticas e teóricas que envolvem o exercício da profissão.

O Brasil tem um dos melhores sistemas educacionais do mundo

MITO! Infelizmente, o país ainda tem muito o que melhorar em termos de educação. De acordo com um estudo realizado em 2020, pelo IMD World Competitiveness Center, o Brasil ocupa a última posição entre as 64 nações avaliadas. A pesquisa comprova o que já sabemos, isto é, que muitos fatores contribuem para esse cenário que perdura há décadas: desigualdade social, falta de acesso a escolas e materiais de estudo, evasão escolar e pouco investimento público no setor. Por exemplo: enquanto o mundo investe, em média, R$ 34,5 mil por estudante em um ano, no Brasil, o investimento é de apenas R$ 10,6 mil.

O Movimento Todos Pela Educação estabeleceu como meta para 2022, alcançar 70% do nível adequado em conhecimentos de Português e Matemática com alunos do 5º e do 9º ano. Atualmente, em Português, a disciplina que apresenta o melhor desempenho, o índice é de apenas 32% de aprendizado adequado, valor muito abaixo do proposto.

A interdisciplinaridade já deve ser uma realidade na escola

VERDADE! A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) já prevê que trabalhar conteúdos interdisciplinares em sala de aula deve fazer parte da rotina escolar. Com o aluno protagonista de sua educação, ou seja, podendo escolher diferentes conteúdos em um mesmo projeto, ou escolher quais temáticas irão focar nos estudos a partir da mediação do professor, as equipes escolares precisam estar bem alinhados com seus projetos escolares, trabalhando, principalmente, tecnologias e inovações para que o aluno saia da escola preparado para os desafios do século XXI. 

Metodologias ativas só funcionam com o uso da tecnologia

MITO! Quando falamos de metodologias ativas, da gamificação em sala de aula e de outros métodos inovadores de ensino, é claro que nos referimos também à tecnologia, já que ela permeia diversas áreas de nossas vidas, mas a inovação em sala de aula abrange muito mais as metodologias utilizadas pelos professores do que as ferramentas em si. A tecnologia é apenas uma delas, e não a única forma de estimular e fazer com que nossos alunos sejam protagonistas de sua própria educação.

Na educação 4.0, o professor não é mais necessário em sala de aula

MITO! Pode ficar tranquilo. Apesar do assunto provocar ansiedade e receios nos educadores em geral, professores e pedagogos continuam sendo essenciais, sobretudo, na educação 4.0. Segundo o Ministério da Educação (MEC), os professores terão autonomia para decidir os métodos que querem usar em sala de aula, demarcando somente aonde pretendem chegar com os conteúdos apresentados aos alunos, não sendo possível, em hipótese alguma, substituí-los por máquinas ou inteligência artificial.

O estresse é a principal causa de afastamento de professores da sala de aula

VERDADE! As estatísticas comprovam e preocupam. Estima-se que, só no estado de São Paulo, todos os dias, 30 mil professores faltam por algum tipo de distúrbio psicológico relacionado ao trabalho. Esse índice é muito alto, já que há cerca de 250 mil professores atuantes no estado. Geralmente, os motivos são: falta de recursos, violência escolar, falta de apoio da escola, dos alunos e familiares, falta de autonomia, entre outras questões.

Cuidar da saúde emocional, principalmente em tempos de tantas mudanças nos modelos de ensino, é essencial para manter a qualidade de vida e o bom andamento dos trabalhos, bem como a vida pessoal em equilíbrio.

Educação vem de casa; na escola o aprendizado é outro

MITO! Claro que a educação da família é essencial para preparar cidadãos para o mundo, mas na escola, além de aprender conteúdos do currículo escolar, os alunos também socializam, aprendem a conviver com as diferenças, desenvolvem empatia, senso crítico e diversas outras habilidades que são fundamentais para o bom convívio em sociedade.

A socialização com colegas, professores e toda a comunidade escolar é de extrema importância para os alunos, de modo especial, quando crianças. O convívio com pessoas diferentes de sua família contribui para o aprendizado e para reforçar o senso de coletividade.

Profissionais da educação precisam de formação constante

VERDADE! Com o avanço tecnológico e as mudanças frequentes no sistema de ensino, é necessário que professores também sejam alunos e se mantenham em constante aprendizado e desenvolvimento. A educação continuada desses profissionais melhora a qualidade do ensino e potencializa a educação dos alunos em sala de aula.

Quanto mais os professores se capacitam, mais eles podem oferecer aulas inovadoras aos alunos, usando, ou não, a tecnologia como aliada nessa jornada.

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