Você já ouviu falar em “gamificação”? Sabe como isso funciona? O nome pode parecer estranho, mas a ideia é simples: trata-se de usar técnicas dos jogos para despertar interesse e apresentar soluções mais divertidas para resolver determinados problemas. Cada vez mais usada em escolas, essa prática tem sido uma ótima estratégia para fazer crianças e adolescentes se engajarem e se interessarem mais pelos conteúdos propostos.

A gamificação em sala de aula, além de ser muito divertida, desenvolve habilidades importantes nos alunos, como responsabilidade, autonomia, senso crítico e resolução de problemas. Quando a criança aprende por meio de atividades nas quais pode explorar e colocar o conhecimento em prática, de modo intuitivo e lúdico, tudo fica mais prazeroso. Assim como em um jogo de videogame, quanto maior for o desafio, mais o estudante tem interesse e vontade de resolvê-lo.

Aprender por meio de jogos e brincadeiras

Brincar é uma atividade comum e natural a todas as crianças, mas nem toda brincadeira aplicada em sala de aula tem o intuito de promover algum conhecimento específico. No processo de gamificação é bem importante saber dosar a brincadeira e o aprendizado. O papel do professor nessa tarefa é conseguir fazer a conexão entre o jogo e o conteúdo que precisa ser passado para os alunos.

Para alcançar resultados interessantes é fundamental pensar e planejar todas as etapas do projeto com muita estratégia e clareza de objetivos. É um bom momento para colocar uma lupa no trabalho em equipe e construir com os alunos o caminho para completar a atividade com sucesso.

Recompensa

É comum nos jogos, sejam de tabuleiro, virtuais ou esportes coletivos, que exista uma recompensa quando termina o processo. E não precisa ser algum tipo de presente ou benefício, mas apenas uma estratégia para que ao final do jogo, exista um objetivo muito claro a ser alcançado e alguma ação positiva para celebrar a conquista. Quem não fica feliz em obter um resultado positivo de um trabalho?

Aplicando a gamificação em sala de aula

Para ter certeza de que seu conteúdo possa ser gamificado, separamos um passo a passo para lhe ajudar a criar o seu projeto:

1º passo: definir um objetivo claro: qual o problema a ser resolvido e quais os resultados que devem ser atingidos.

2º passo: pensar no perfil dos jogadores (alunos): você, mais que ninguém, sabe dizer o que motiva e desmotiva seus alunos. Traçar esse perfil antes de pensar nas atividades faz com que a experiência fique realmente interessante para eles.

3º passo: criar e explicar as regras do jogo: independentemente se as regras vão chegar prontas, ou se serão desenvolvidas junto com os alunos, é muito importante que elas sejam previamente combinadas e fiquem claras para todos. Isso evita frustrações e até mesmo injustiças durante a brincadeira.

4º promover a diversão: Para engajar a turma, é preciso que as atividades e missões sejam legais e despertem o interesse da garotada. Criar missões divertidas e dinâmicas que causem motivação é fundamental.

5º passo: implantar elementos de jogos: para garantir uma experiência de gamificação, não esqueça de trazer elementos dos jogos para a atividade: missões especiais, recompensas, aprendizado e espírito de equipe.

6º passo: recomece: sua primeira experiência não foi interessante? Não desista! Se a atividade não teve o objetivo alcançado, recomece. É bastante natural que nas primeiras vezes esses jogos não atinjam o sucesso que você deseja, isso também faz parte do aprendizado. Siga em frente!

Gamificação sem tecnologia

Quando falamos de gamificação, uma das primeiras coisas que nos vêm à cabeça são jogos de computador ou videogame, certo? Mas nem sempre as atividades precisam ser realizadas com tecnologia ou por meio de ferramentas digitais. Existem várias possibilidades para explorar também os jogos de tabuleiro ou brincadeiras mais antigas.

Você pode construir com a turma os próprios jogos, criando as próprias regras e deixando bem claro como tudo deve funcionar. Separamos aqui três atividades que não dependem necessariamente de tecnologia para você experimentar com os seus alunos.

Games para conteúdos específicos

Você não precisa usar games em todas as suas aulas ou em todos os conteúdos. A gamificação pode servir para criar aulas que sejam diferentes ou para tratar de um assunto específico, como é o caso do Cooper Money, um jogo de educação financeira, que pode ser usado nas aulas de matemática quando esse conteúdo estiver sendo trabalhado.

Os games podem ajudar a explicar, a memorizar, a complementar a aula, ou então, como a principal ferramenta naquele momento de atividade.

Desvendando os mistérios

Que tal transformar a sala de aula em um grande campo de exploração em que mistérios precisam ser resolvidos?

Crianças adoram brincadeiras que têm pistas para serem seguidas e possibilidade de explorar o ambiente. Nessa atividade, o objetivo pode ser encontrar o maior número de animais vertebrados e planetas do sistema solar, ou ainda, resolver problemas de matemática ou o que mais a imaginação permitir. Você pode espalhar pistas pela sala de aula, ou até mesmo pelo pátio e fazer com que os alunos façam uma grande caçada, a fim de conquistar um objetivo comum.

Clube dos produtores de conteúdo

Crianças também gostam de consumir vídeos dos chamados “youtubers” e “tiktokers”, não é mesmo? Pegando o gancho desses produtores de conteúdo, você pode incentivar a leitura.

Para transformar essa atividade em um jogo, que tal propor que os alunos leiam livros, reportagens, matérias ou até mesmo histórias em quadrinhos e façam uma apresentação em forma de “audiovisual” para a turma? Você pode, inclusive, escolher se utilizará recursos audiovisuais como câmeras e computadores, ou se prefere um lado mais lúdico e mais exploratório, como uma grande televisão ou computador, ambos feitos de papelão.

A graça da brincadeira está em explorar o conteúdo escolhido de forma dinâmica, divertida e curiosa, mostrando aos colegas o que entendeu e qual é a sua opinião sobre o assunto.

A parte das recompensas pode ser em formato parecido com os vídeos do YouTube e em tom de brincadeira. Que tal substituir as palmas depois da apresentação por curtidas?

Feira de jogos

As feiras de ciências costumam fazer bastante sucesso e engajar crianças, adolescentes e famílias. Quanto mais criativo for o projeto, mais legal vai ser na hora de planejar, produzir, apresentar e assistir, concorda?

E se você pudesse visitar ou organizar uma feira de ciências cheia de jogos e brincadeiras para todo mundo se divertir? Nesse caso, a ideia é muito simples, mas pode render projetos incríveis e envolver toda a escola.

Você pode sugerir que seja promovida uma feira de ciências com o objetivo de que, todos os grupos criem jogos para exemplificar, e explicar um conteúdo específico. Os jogos podem reunir disciplinas gerais, podendo ser feito de forma multidisciplinar, unindo uma ou mais matérias.

Para ficar ainda mais interessante, durante a apresentação dos trabalhos seria ideal que o público pudesse interagir com os jogos e aprender enquanto se diverte. Ao final da feira, a escola pode premiar os projetos mais votados, ou mais criativos, entregando uma cópia do protótipo para outras escolas ou instituições parceiras, exibindo os resultados positivos do desenvolvimento desse trabalho.

E aí, já está pronto para entrar nesse jogo?

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