A ansiedade é um problema que está muito presente na realidade das pessoas hoje em dia. As exigências e correrias da vida moderna, aliadas ao estresse que pode ser causado por questões familiares ou dificuldades no trabalho e escola, são um constante desafio a ser solucionado na vida das pessoas.

Mas, quando tratamos da ansiedade, é comum que foquemos o debate apenas sobre as vivências dos adultos, por serem o público que mais procura ajuda especializada para tratar esse problema. No entanto, as crianças e adolescentes também sofrem com esse mal. As causas são diversas e diferentes das razões dos adultos, porém para sofrer com ansiedade não existe uma idade mínima.

Nesse sentido, é muito importante que os pais, assim como os professores, tenham acesso a informações básicas, sobre como lidar e contribuir com crianças ansiosas. Desde conhecer os sintomas até desenvolver vínculos e ações que estimulem o jovem a se sentir mais confortável para enfrentar a situação. A paciência e tolerância são fatores essenciais nessa empreitada.   

Os sintomas da ansiedade infantil

A ansiedade, muitas vezes, acontece como uma reação natural do nosso corpo a respeito de situações que nos tiram da nossa zona de conforto. Consiste em um mecanismo de defesa que nos deixa em modo de alerta para enfrentarmos situações de perigo, de um modo moderado.

A gravidade da ansiedade se dá quando ela vem junto ao estresse e nos tira o controle das ações e reações que tomamos diante dos acontecimentos, ou foge do controle e se manifesta mesmo em momentos em que não há risco iminente. É nesses casos que a ansiedade se transforma em transtorno, afetando negativamente a vida da criança e das pessoas com quem ela convive.

Para identificar esses casos, é importante ficar atento aos seguintes sintomas:

  • Irritabilidade e/ou agressividade excessiva e frequente
  • Insônia e pesadelos, com sono durante o dia e durante momentos de aula devido às noites mal-dormidas
  • Preocupação constante
  • Impaciência, que pode levar a ataques de birra, por exemplo
  • Dificuldade de concentração

O apoio é mais eficaz que a repreensão

Quando um estudante demonstra algum sinal de que está sofrendo com o transtorno de ansiedade, a melhor ação a se tomar para ajudá-lo a lidar e superar essa situação é deixar claro que ele pode contar com seu apoio e compreensão. Mostre interesse pelas questões dele, seja receptivo e aberto para dialogar e tranquilizá-lo quanto às preocupações que o afligem. Ridicularizar, diminuir ou cobrar resultados melhores apenas servirão para agravar a condição da doença.

A ansiedade é uma doença que requer tratamento gradativo, ou seja, esperar resultados positivos do dia para a noite é utópico. Por isso é essencial que os educadores lidem com essas questões da forma mais natural possível, para que a criança também não se feche aos retornos, devido à desconfiança pelo tratamento de preocupação exagerada. O diálogo e adaptação por etapas são sempre a solução mais indicada para ações contra a ansiedade de estudantes.    

Procure compreender os motivos

A ansiedade nas crianças pode ser uma reação às situações temporárias de estresse que impactam fortemente em suas rotinas – exemplos comuns são a chegada de um novo irmãozinho, perda de um ente querido, separação dos pais, mudança de cidade ou escola. E nesses casos não é difícil compreender a causa que levou à ansiedade e saber como propor soluções efetivas para melhorar o comportamento e tranquilizar a criança.

Mas, são problemas mais complexos que requerem mais cuidados e atenção por parte dos adultos e, portanto, professores para estimularem os jovens a superarem o momento de crise. Bullying escolar, abuso e violência, além de problemas domésticos, são os fatores mais frequentemente responsáveis pelos distúrbios de ansiedade causados em crianças.

No ambiente escolar, o professor pode estimular a compreensão das causas e tratar pacientemente os processos educacionais da criança, mas é imprescindível que ele também faça uma recomendação aos pais para que busquem ajuda profissional e especializada.

Treine sua paciência

Nem sempre é fácil lidar com uma criança que sofre com ansiedade, por isso torna-se essencial exercitar sua paciência e autocontrole para compreender o máximo possível de cada caso e situação, em prol de promover uma convivência mais saudável e tranquila e garantir mais eficácia na aprendizagem. Tratar a criança com normalidade, porém respeitando suas limitações, a motiva a dar mais de si em busca de melhorias.

Ofereça à criança mecanismos para acalmá-la que contribuam para a construção de conhecimento. Exemplos que resultam positivamente nesse processo são a prática da leitura, esportes ou artes. Destaque a necessidade de aguardar calmamente pelos desfechos das situações e demonstre para ela que atividades realizadas com calma geram resultados melhores.

Em sala de aula é primordial que você explicite às crianças com ansiedade a importância de aguardarem sua vez para falar, que aprendam a ouvir os colegas e entendam seus pontos de vista, manterem a calma. São aprendizados lentos, mas que se forem iniciados desde cedo, agirão no combate aos sintomas mais graves do transtorno de ansiedade.  

Ensine dando o exemplo

Quem é professor sabe como as crianças tendem a imitar o comportamento dos adultos, mesmo sem ter plena consciência do que aquilo representa. Considerando esse fato, uma das formas que mais surte resultados nas práticas para ensinar e tranquilizar um jovem com ansiedade, é exemplificar para ela formas de lidar com as situações que a afligem, sem sucumbir às crises. Demonstre a importância da paciência e tolerância, pois isso servirá como base para o entendimento da criança.  

Por isso é importante que o professor não reaja com exagero às situações em que ficar evidente a influência da ansiedade no dia a dia da criança. Mostrar que a espera vale a pena, cumprir com a promessa de ouvi-la e dar a ela a atenção necessária para que se sinta bem, são medidas simples que facilitarão muito o convívio e melhoras.

Respeite as limitações da criança

Talvez esse seja o maior desafio para os professores, já que para os educadores é necessário lidar também com a própria ansiedade no momento em que a criança tem uma crise. Além de requerer uma dose extra de boa vontade para não esmorecer no processo de educação, também requer o esforço para compreender o máximo das situações, a fim de diferenciar pirraças daquelas em que há motivos reais para a manifestação da ansiedade.

Nesses momentos, entender que a maneira com que as crianças lidam com o tempo é diferente da nossa costuma ajudar. Por isso, às vezes precisamos simplesmente aceitar suas limitações. Uma criança cansada ou com fome, por exemplo, dificilmente ficará calma enquanto espera para se deitar ou comer.

Incentive a avaliação profissional

Mesmo com todas as práticas e esforços por parte do professor, para criar um ambiente saudável de construção de conhecimento em sala de aula, é fundamental que crianças com ansiedade sejam avaliadas por profissionais, a fim de receberem o tratamento médico apropriado ao seu caso.

Cabe ao professor fazer essa recomendação aos pais e dialogar com eles, em casos que julgar necessário intervir pelo bem-estar do aluno.

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