O aprendizado de uma cooperativa escolar vai além da sala de aula, mas é no ambiente escolar que (também) se aprende sobre valores transformadores 

 

O aprendizado em uma cooperativa escolar funciona da mesma forma que em uma instituição convencional, mas, além das aulas tradicionais, os estudantes aprendem na prática, concepções que despertam liderança, criatividade, confiança e autoestima. 

Ou seja, a escola se torna ainda mais um espaço de partilha de vivências, conhecimentos e aprendizados de valores que nos tornam pessoas melhores, humanas de fato. 

Projetos de cooperativa escolar: como funcionam? 

Uma cooperativa escolar promove a participação dos estudantes no desenvolvimento de uma instituição em prol dos meios econômicos, sociais e culturais do local em que vivem. 

Portanto, é uma proposta educativa na qual os estudantes primeiro cooperam entre si para depois colaborarem com o desenvolvimento do meio social. 

No aprendizado da cooperativa escolar, os alunos são mais do que receptores de ensinamentos, são protagonistas, pesquisadores e investigadores, bem como esclarece o projeto desenvolvido pelo Sicredi, por exemplo. 

Mas, afinal, como isso funciona? 

  1. Os participantes estudam sobre como funciona o cooperativismo e ficam a par das atribuições dos cargos de uma escola cooperativista. Depois, há uma reunião para distribuição de tarefas.
  2. Na segunda fase, os alunos estudam sobre a comunidade e suas necessidades, desde econômicas até sociais, para criar subprojetos que atendam esses meios. 
  3. A terceira parte é a prática, em que realizam as contribuições para a comunidade (escolar, do bairro, município, etc.). 

O aprendizado da cooperativa escolar, apesar de o aluno estar no centro, é supervisionado por professores responsáveis, a depender das disciplinas necessárias no projeto. 

As realizações podem ser desde ações sustentáveis até empreendedorismo, e essa é uma das belezas das escolas que adotam esse conceito: cada uma adapta o cooperativismo conforme as suas próprias necessidades e objetivos. 

Mas, afinal, quais são os aprendizados da cooperativa escolar?

1. Aceitação 

Um dos princípios do aprendizado da cooperativa escolar é a humanização da escola. Por isso, não pode haver nenhum tipo de discriminação dentro do ambiente escolar – onde se aprende a desfazer os preconceitos também fora dele. 

A aceitação de todas as etnias, gêneros, religiões, orientações sexuais e identidade de gênero e ideais (desde que não firam os direitos humanos) é uma postura obrigatória. 

Além disso, a democracia anda com o acolhimento, afinal, para se sentir completamente aceito, os alunos devem experienciar isso na prática, não apenas no discurso. 

2. Gestão democrática 

Antes de tomar qualquer decisão, há reuniões em que são consideradas a opinião de todos, assim, os participantes sentem-se ouvidos, pertencentes e importantes, aliás, o que realmente são. E vale lembrar que os votos de todos têm o mesmo peso, não importa qual seu papel na hierarquia, já que ela é horizontal. 

A transparência é outro ensinamento porque os representantes eleitos devem prestar contas de maneira que todos entendam o porquê, quanto e em que cada coisa foi feita/gasta. 

3. Autonomia

Os aprendizados da cooperativa escolar são supervisionados pelos docentes e não dirigidos exclusivamente por eles. Nesse caso, os estudantes possuem total autonomia e independência não somente para exporem suas ideias, mas também para tirá-las do papel. 

Sendo assim, a autoconfiança é trabalhada ao mesmo tempo que a autonomia é exercida. 

4. Cooperação e senso de coletividade

A Escola dos Nossos Sonhos, na Paraíba, é um exemplo de como a autonomia e a coletividade são importantes no processo de ensino. 

Nessa escola, os jovens participam juntos de processos como: escolha e desenvolvimento de projetos e oficinas, roteiros de aprendizagem, pesquisas, etc. Nas cooperativas escolares, os alunos aprendem a trabalhar em equipe, desenvolver a liderança e ter mais empatia.

Com esses aprendizados, levarão uma vida com mais sabedoria, respeito e autoestima, onde quer que estejam. 

5. Autoestima e protagonismo 

Falando em autoestima, como não desenvolvê-la quando suas opiniões, conhecimentos, propostas e até mesmo seus medos são ouvidos? 

É exatamente isso o que acontece em uma instituição cooperativista. Sentir-se parte de algo, ser útil para a sua comunidade são sentimentos de grande valor aos alunos, e, atualmente, ter momentos nos quais sua autoestima é fortalecida é muito importante. 

Quanto ao protagonismo, assim como citamos anteriormente, é outro ponto-chave da cooperação, um conceito no qual todos são os personagens principais do processo. E isso, de novo, melhora a confiança e imagem de si mesmo. 

6. Cuidado com a comunidade 

Após estar imerso em todos esses ensinamentos, como não transformá-los em pensamentos e ações voltadas à comunidade? 

Se os alunos manifestarem aquilo que vivenciam na pele, nas situações coletivas, eles vão passar a externar fora da escola valores como a cooperação, a aceitação e a democracia. 

Com isso, um dos princípios da escola cooperativista é contribuir com a comunidade, transformando alunos em cidadãos conscientes e com vontade de melhorar o espaço onde vivem. Portanto, os aprendizados da cooperativa escolar são, de fato, para a vida

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