O papel do professor vai muito além do que simplesmente passar o conteúdo. É preciso garantir que o aluno compreenda a matéria e, para isso, observar o comportamento dos alunos é essencial. Alguns alunos podem ter mais dificuldade de aprendizagem do que os outros, e as razões para isso podem ser as mais variadas: questões sociais, emocionais ou de ordem psicológica e de saúde.

Faz parte do trabalho do professor observar sinais de dificuldade por parte do aluno em certa matéria e procurar a melhor forma de ajudá-lo a progredir nos estudos. Alguns distúrbios ou dificuldades no ensino podem ser facilmente contornados desde que identificados com antecedência.

No artigo de hoje, separamos as 3 principais dificuldades de aprendizagem que o seu aluno pode ter, como identificá-las e como superá-las. Confira:

Dislexia

A dislexia é o quadro que ocorre com mais frequência na sala de aula. É caracterizada como um distúrbio ou transtorno de aprendizagem na área da leitura e escrita.

Ao que devo ficar atento? 

  • Fala tardia
  • Dificuldade com a percepção de som das palavra
  • Dificuldade em reconhecer e memorizar palavras
  • Atraso na aprendizagem da leitura
  • Discurso não fluente (pausas ou hesitações frequentes, muitos “hummm…”)
  • Dificuldade de lembrar datas, nomes, números de telefone, listas
  • Desempenho fraco em testes de múltipla escolha
  • Ter dificuldade em terminar provas no tempo estabelecido
  • Apresentar deveres de casa incompletos
  • Extrema dificuldade para aprender uma língua estrangeira

O que posso fazer? 

A primeira coisa a se fazer sob a suspeita de que um aluno seja disléxico é encontrar em contato com os pais para que seja feito o encaminhamento para profissionais especializados que poderão confirmar o diagnóstico.

Caso o diagnóstico seja mesmo confirmado, existem algumas técnicas que você pode usar para contornar o problema. Fale sempre com o aluno de forma direta, clara e simples. Olhe sempre para ele quando estiver falando, isso facilita muito a comunicação. Evite submetê-lo a pressão do tempo – uma dica é sempre verificar se ele conseguiu anotar tudo antes de apagar o quadro. Converse sempre com ele para garantir que o assunto ficou claro. Sugira dicas ou novos jeitos de fazer algo que o ajudem a lembrar-se de executar as tarefas. O mais importante é lembrar-se de não pedir para que ele faça coisas na frente dos colegas que podem o colocar em uma situação constrangedora, como ler em voz alta.

Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade

Muitas vezes confundido com dislexia, o Déficit de Atenção (TDAH) é uma forma mais branda da dislexia. Este transtorno de aprendizagem afeta cerca de 5% das crianças. Suas principais características são dificuldade em manter o foco, a atenção e a concentração em atividades do dia a dia.

É importante ressaltar que nem toda a criança que possui Déficit de Atenção tem necessariamente Hiperatividade, ou vice-versa. O aluno que é somente hiperativo demonstra um comportamento de inquietude e impulsividade atípicos.

Ao que devo ficar atento?

  • Desorganização e esquecimento constante de tarefas e trabalhos
  • Apresentação de tarefas inacabadas ou sem conclusões claras
  • O aluno demonstra frequentemente desinteresse na aula ou na matéria
  • Impulsividade
  • Dificuldade em manter o corpo quieto (o aluno está sempre se balançando ou se mexendo)
  • Fácil distração

O que posso fazer?

Se você tem um aluno diagnosticado com TDAH, uma dica é deixá-lo sentado perto de você, dessa forma você evita que ele se sente no fundo, onde a quantidade de estímulos pode ser maior, consequentemente, aumentando as chances de distração. Uma outra recomendação é utilizar recursos e ferramentas capazes de aumentar o interesse do aluno da matéria, como materiais audiovisuais e computadores. Pense também em incentivar os alunos a ajudarem uns aos outros, essa é uma forma de dar ao alunos que tem uma dificuldade, uma mão extra no entendimento do conteúdo.

Discalculia

Estima-se que de 3% a 6% da população sofre de discalculia, uma desordem neurológica específica que afeta a habilidade de uma pessoa de compreender e manipular números.

Ao que devo ficar atento?

  • Dificuldade para entender problemas matemáticos
  • Dificuldade para seguir indicações e se perdem com facilidade
  • Não entendem como diferentes fórmulas podem resolver o mesmo problema
  • Dificuldade para entender gráficos
  • Dificuldade de realizar operações básicas

O que posso fazer?

A melhor dica para ajudar alunos com discalculia é usar e abusar de jogos. Crie jogos que os incentivem a decorar números, ajudem na visualização de seriação, classificação e contagem. Também é aconselhável permitir o uso de calculadoras e tabuada em sala de aula. Quanto às provas, certifique-se de que as questões sejam claras e os enunciados diretos. Dependendo do grau de dificuldade do aluno, pode ser que você precise sentar com ele durante a prova para conferir se ele entendeu mesmo o enunciado.

Se você notar alguma adversidade em algum aluno, a primeira coisa a ser feita é sempre notificar a diretoria e os pais. Só com o encaminhamento para profissionais é que o diagnóstico pode ser realizado. Algumas vezes, a dificuldade que o aluno vem enfrentando pode ser simplesmente um reflexo de algum problema pessoal pelo qual ele está passando, nesses casos, uma conversa entre escola e família pode ser a chave para resolver o problema.

Você tem outras dicas para contornar essas situações? Compartilhe com a gente nos comentários.

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