Mais que apenas seguir um currículo escolar, a escola é um espaço de convivência e de troca de experiências. Afinal, é dentro da sala de aula que muitos educandos têm o primeiro contato com conceitos de cidadania e descobrem como é viver e pensar no coletivo.

Ensinar sobre respeito, tolerância e empatia faz parte do ensino da cidadania. São várias as maneiras de explicar a sociedade e seu funcionamento com os educandos, mesmo os mais novos. Transformar a sala de aula em uma comunidade com direitos e deveres é uma forma simples de expor esses conceitos na prática.

Mas, aprender sobre cidadania também envolve o mundo real. Em março, o Brasil completou um ano do enfrentamento da pandemia de Covid-19. A necessidade de ações coletivas para o combate ao coronavírus tornaram estes ensinamentos ainda mais importantes. Apesar das dificuldades, o momento pode ser visto como oportunidade para abordar o tema durante as aulas.

Pensando no coletivo

Um dos grandes aprendizados da pandemia foi entender que muitas soluções só surgem a partir da cooperação e do esforço colaborativo. Exemplo? Vacina e distanciamento social só funcionam se forem aceitas e aplicadas pela grande maioria da sociedade.

Outra questão fundamental, que ficou ainda mais evidente durante a pandemia, foi a desigualdade social do Brasil. Para alguns, a transição para o home-office e aulas on-line foi sem grandes problemas. Já para outros, as dificuldades de infraestrutura de tecnologia para acompanhar os conteúdos virtualmente, e de falta de recursos financeiros até mesmo para se alimentar acentuou ainda mais essas desigualdades.

Neste contexto, é necessário ensinar valores como a empatia, para que os educandos se tornem cidadãos que entendam como essas desigualdades afetam a vida das pessoas.

 Volta às aulas presenciais

O conceito de coletividade e cidadania é essencial para o sucesso da volta às aulas. Muitas escolas continuam com as aulas remotas, algumas conseguiram retomar o modelo presencial e, em outras, há a opção de a família escolher qual modelo prefere. Independentemente do formato, neste momento é importante falar sobre as ações individuais que impactam no coletivo – não só com os educandos, mas com toda a comunidade de aprendizagem.

Os educadores têm papel determinante nessa retomada. Alertar, acalmar e conversar com os alunos sobre a prevenção da Covid-19 e fatos verídicos acerca do coronavírus são ações impactantes. O contato próximo com as famílias também é necessário, para apoiar as famílias com orientações sobre as medidas preventivas. Muitas delas podem ter ouvido informações falsas, estar passando dificuldades para seguir as novas regras e, até mesmo, ansiosas por conta desse retorno. Abrir o diálogo, ouvir suas inquietudes e dúvidas é essencial.

A volta às aulas é um tema que gera dúvidas, especialmente sobre segurança e, neste momento, o mais importante é contar com a colaboração de toda a comunidade na prevenção da doença. É importante que os educandos e suas famílias saibam que se uma pessoa não tomar os cuidados necessários, pode prejudicar toda a escola.

Lembre-se sempre de buscar informações em fontes confiáveis, como o MEC, Sociedade Brasileira de Pediatria, Ministério da Saúde, OMS e UNICEF.

Como ajudar as crianças a seguir os protocolos de segurança na escola

Uma das principais preocupações é: como ter a certeza que alunos estão usando as máscaras de forma correta? E como saber se eles estão realizando a troca de máscara a cada duas horas, como é recomendado pela OMS? Ou ainda, será que estão trocando as máscaras entre amigos?

A professora Marcella Castro, 36 anos, moradora de Florianópolis (SC), conta que a ludicidade e os combinados em sala de aula são sempre ótimas opções para incentivar o uso correto da máscara e os hábitos de higiene. De acordo com ela, é preciso fazer com que os educandos se sintam parte de algo. “Não basta apenas criar regras e pedir para que os alunos cumpram, sem questionar”, comenta.

Ela conta que, na sua turma, criou junto com os educandos uma lista de regras sobre os cuidados e todos acrescentaram algo. “Temos vários itens na lista, como higienização correta das mãos, respeito entre os espaços de distância física e muitos outros”.

Uma das soluções que também têm funcionado é a padronização das máscaras na escola. A ideia é evitar máscaras que chamem a atenção das crianças por serem diferentes. Todos os alunos usam a mesma máscara, cada uma com o nome gravado, e, desta forma, fica mais fácil para os educadores monitorarem o uso e se houve troca das máscaras.

Estas são algumas dicas para ajudar a comunidade escolar nesse desafio chamado volta às aulas no pós-pandemia.

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