Entenda como é possível criar uma sala de aula inclusiva para receber bem os alunos com Transtorno do Espectro Autista.

 

Dados mais recentes estimam que há 2 milhões de autistas no Brasil, cerca de 1% da população. E com o avanço das leis, as crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA) podem frequentar o ensino regular, contudo, é preciso criar uma sala de aula inclusiva para que elas sejam bem recebidas na escola. 

Para isso, ter uma equipe pedagógica bem preparada é fundamental, assim como também é preciso preparar os colegas de classe. Pensando na convivência diária, como os professores podem criar um ambiente inclusivo entre as crianças? 

Como criar uma sala de aula inclusiva?

Um elemento muito importante para a criança com autismo é a turma que ela estará inserida e o comportamento de seus colegas de classe. Para ajudar, confira seis dicas para tornar a sala de aula inclusiva. 

1. Promova uma adaptação do ambiente

Os colegas de sala devem ser orientados desde os primeiros dias para conhecer e compreender comportamentos que possam ser diferentes para eles, como:

  • ecolalia;
  • foco excessivo em determinados objetos;
  • raro contato visual;
  • ausência de expressões faciais;
  • não emitir sons;
  • falta de respostas quando é chamado.

Tais comportamentos podem parecer diferentes para as demais crianças da turma. Por isso, o professor deve explicar, desde o início, que o colega pode agir dessas formas e que ele deve ser respeitado. 

2. Faça trabalhos em grupo

Em uma sala de aula inclusiva, crianças do espectro autista têm as mesmas oportunidades que todos os seus colegas. Dessa forma, o professor pode organizar trabalhos em grupo para que todos se sintam parte de uma mesma comunidade. 

Assim, você tem a oportunidade de desenvolver uma aprendizagem ativa, habilidades sociais e cognitivas. Além disso, promove a coesão do grupo de classe e o sentimento de unidade e pertencimento. 

Uma das alternativas é fazer com que os alunos descubram e valorizem os pontos fortes de cada criança individualmente. Sendo assim, poderá orientar os colegas e o grupo sobre cada um fazer sua parte no grupo, conforme seus pontos fortes. 

3. Faça atividades que promovam o respeito aos limites e à empatia

Possibilitar uma educação inclusiva é criar um ambiente respeitoso e empático. As crianças devem aprender a entender e respeitar o comportamento de seus colegas. 

Para ajudar, o professor pode fazer atividades que estimulem o respeito e a empatia na sala de aula. Confira alguns exemplos:

4. Crie códigos únicos para a sala de aula

Crianças autistas podem ter dificuldades de se comunicar, seja com o professor ou com seus colegas. Por isso, é importante que o ambiente escolar seja o mais estruturado possível para acolher a criança e facilitar a comunicação de suas necessidades. 

O professor pode estabelecer com os alunos alguns códigos simples que facilitam o contato, como ao levantar as mãos para o alto, todos fazem silêncio. 

É importante que esses códigos se tornem parte da “cultura da sala de aula”, para todos os alunos. 

5. Faça brincadeiras inclusivas

A inclusão deve acontecer em todos os momentos, desde o ensino de cada disciplina até as brincadeiras pedagógicas

O ideal é sempre optar por brincadeiras inclusivas, ou seja, nunca deixe a turma brincando com algo e separe as crianças do espectro autista das outras. 

Brincadeiras inclusivas abrangem aquelas que são silenciosas, com repetição e sem mudanças repentinas. Algumas ideias de brincadeiras e jogos inclusivos são:

  • colorir e pintar;
  • caça-palavras;
  • palavras-cruzadas;
  • jogos de montar (como Lego);
  • caça ao tesouro;
  • jogos de tabuleiro;
  • jogo da memória;
  • mímica;
  • dobradura;
  • boliche;
  • atividades sensoriais;
  • jogos de cheiros.

6. Promova a educação entre pares

Uma técnica que pode ser introduzida nas salas de aula inclusivas é a educação entre pares, que propõe um modelo de aprendizagem horizontal. Dessa forma, a transmissão do conhecimento ocorre de criança para criança. Por exemplo, em um grupo de crianças que estudam história do Brasil juntas, cada uma tem um aspecto da história para focar e trocar informações entre si.

Assim, algumas crianças desempenham o papel de educadoras perante as outras, e gradualmente a discussão chega a toda a sala. Essa é uma boa estratégia, por exemplo, se o aluno TEA tiver o hiperfoco como uma de suas características. 

Onde conseguir material sobre autismo

Para ajudar a criar uma sala de aula inclusiva, o professor pode usar materiais de apoio. Confira alguns:

Ter uma sala de aula inclusiva é fundamental para garantir o desenvolvimento dos alunos e criar uma escola humanizada. Veja dicas para transformar a educação de forma humana

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