O mundo muda o tempo todo e, quando falamos de educação, não é diferente. A aprendizagem e as trocas realizadas em sala de aula no século XXI não são as mesmas do século passado, ainda bem.
As mudanças culturais, o avanço tecnológico e a abordagem de questões relevantes como a saúde e inteligência emocional, o espírito maker e a sustentabilidade são pontos importantes a serem explorados na nova educação. O papel da escola vai muito além de seguir um cronograma e repassar conteúdos disciplinares, pois só isso não basta para preparar cidadãos para os novos desafios do século XXI.
Aprender a aprender
Para estar preparado para viver em um mundo muito mais tecnológico, com questões ambientais, sociais e psicológicas importantes para serem colocadas em pauta, é necessário que o aluno do século XXI seja capaz de desenvolver a habilidade de aprender. Ele precisa ser estimulado, desde os primeiros anos da educação, a ser um cidadão consciente, com capacidade de pesquisar, entender e expressar suas ideias e conhecimentos.
Num tempo em que muitas profissões são substituídas por máquinas e inteligência artificial, o que diferencia humanos dos robôs, é justamente nossa humanidade. Somos seres pensantes, críticos, capazes de ter empatia e de transmitir nossas expressões, experiências e conhecimentos de forma afetiva e efetiva, diferente das máquinas. Essas habilidades devem ser trabalhadas em ambientes escolares a fim de fortalecer e capacitar crianças e adolescentes a lidarem com questões importantes no campo emocional e social.
Rede PEA – Unesco
Uma das ações mais legais voltadas à educação de crianças e adolescentes pelo mundo é a Rede do Programa de Escolas Associadas (Rede PEA), uma iniciativa da Unesco que existe desde 1953, mas tem ações extremamente atuais e urgentes para o século XXI.
O ponto central do programa é o desenvolvimento de ações cooperativas que têm o objetivo de estimular o desenvolvimento de cidadãos mais empáticos e conscientes com a sustentabilidade do planeta por meio do diálogo, respeito e solidariedade, atrelados a quatro pilares:
- saber ser: desenvolvendo e potencializando virtudes;
- saber fazer: voltado às habilidades para colocar a mão na massa;
- saber aprender: criando técnicas e conhecimento para aprofundar a aprendizagem além da sala de aula;
- saber conviver: desenvolvendo a empatia e o respeito ao outro.
Outro ponto importante do programa é o comprometimento com a Agenda 2030, um plano global com 17 objetivos de desenvolvimento sustentável e 169 metas criadas pela Organização das Nações Unidas (ONU) para acabar com a pobreza e promover uma vida mais justa e digna a todos.
Que tal conhecer um exemplo prático de conexão da escola com a Agenda 2030?
O “Programa A União Faz a Vida” está alinhado com a agenda de desenvolvimento, especialmente com o objetivo 4: educação de qualidade. A partir de uma metodologia própria, o programa proporciona para estudantes da educação infantil e ensinos fundamental e médio conhecimentos com base em projetos práticos, que trazem os valores de cidadania e cooperação para dentro das aulas e que desenvolvem maior autonomia nos alunos.
Educação tecnológica
Quando abordamos educação no século XXI, estamos falando de crianças e adolescentes que já nasceram em um mundo totalmente tecnológico e conectado. Ao invés de apenas limitar o tempo em frente às telas, por exemplo, é necessário estimular para que tais tecnologias possam acelerar o processo de desenvolvimento.
Um dos programas de maior sucesso para essa geração de alunos é a LEGO Education. Nela, os estudantes são estimulados a descobrir, explorar e construir suas habilidades e conhecimentos por meio de recursos lúdicos, como: blocos e bonecos LEGO, softwares e robótica, dentre outros materiais.
Confira no vídeo, em espanhol, como as peças do LEGO podem ser usadas de forma educacional:
Educação Finlandesa
Famosa por ter um dos melhores sistemas educacionais do mundo há duas décadas, até mesmo a Finlândia tem reestruturado os métodos de ensino, considerando que na educação do século XXI é de extrema necessidade que as crianças não dependam apenas de livros e salas de aula para obter conhecimento. Desde 2016 é obrigatório em todas as escolas do país que a educação seja feita de maneira mais colaborativa. A partir disso, os alunos têm mais autonomia para escolher temas relevantes para que os professores construam a base das matérias em cima desses assuntos trazidos pelos estudantes.
Outra mudança significativa ocorreu ao se implantar métodos tecnológicos para aproximar as crianças de especialistas em assuntos diversos, como museus e passeios ao redor do mundo, por meio de tablets e smartphones. Conhecida como project or phenomenon-based learning, ou seja, “aprendizagem baseada em projetos/fenômenos”, esse método de ensino potencializa o desenvolvimento das habilidades necessárias para o século XXI como: pensamento crítico, resolução de problemas e maior preocupação com questões climáticas, sociais e psicológicas do mundo como um todo, não somente de sua comunidade ou país.
Plataformas educacionais colaborativas
Para abraçar ainda mais o ensino por meio da tecnologia, e, impulsionadas pelo isolamento social nos últimos tempos, várias plataformas virtuais surgiram, ou tiveram melhorias importantes para auxiliar professores e alunos do mundo todo. Uma delas é o Google for Education, que traz soluções essenciais para potencializar o ensino remoto e continuado, na sala de aula e em casa.
Além de possibilitar o contato entre alunos e professores, e também permitir o compartilhamento de materiais, a plataforma possui ferramentas educacionais que estimulam o aluno a se envolver ainda mais com o conhecimento, por meio de textos, desenhos, mapas, tabelas e projetos 3D.
Mexendo em plataformas como essa, o processo fica mais rápido e ágil, permitindo feedbacks imediatos, troca de informações, armazenamento na nuvem e a facilidade de compartilhar criações com pessoas de qualquer parte do mundo.
A ferramenta possui uma versão paga, mas também pode ser usada no modelo gratuito, que oferece várias opções de uso. Vale a pena conhecer.
E você, como tem atuado na educação do século XXI? Continue acompanhando os conteúdos do Transformando e saiba mais sobre os novos meios de aprender e ensinar.