Confira algumas dicas para auxiliar alunos na interpretação de textos e compreensão dos conteúdos aplicados durante as aulas e assim, diminuir o analfabetismo funcional

Combater o analfabetismo funcional no pós-pandemia é um desafio para pais e professores. O problema, que já era grande antes da crise causada pela covid-19, piorou com a necessidade de os alunos ficarem em casa, estudando de forma remota e sem o acesso completo às atividades educacionais.

Para ajudar, confira algumas ideias de como escolas e professores podem reverter os níveis de analfabetismo funcional com a volta das aulas presenciais.

O que é analfabetismo funcional?

Ser analfabeto, como sabemos, significa não saber ler nem escrever. Mas, uma situação grave como essa é o analfabetismo funcional?

Os chamados analfabetos funcionais são as pessoas que, apesar de terem desenvolvido a capacidade de ler e escrever, não conseguem compreender de fato o que estão lendo. Ou seja, não sabem interpretar um texto. Outras características do analfabeto funcional são:

  • Incapacidade de compreender adequadamente textos como artigos de jornais, livros ou boletos de contas.
  • Dificuldade em realizar cálculos matemáticos, mesmo os mais simples, como descontos no valor de um produto ou o troco no supermercado.
  • Dificuldade no uso de ferramentas tecnológicas.
  • Conhecimento superficial de eventos históricos, políticos, científicos, sociais e econômicos.

Pandemia agravou a situação, mas problema é antigo

A pandemia de covid-19, que abala o mundo desde o início de 2020, é mais um agravante para a questão do analfabetismo funcional. Isso porque, as crianças não estão indo regularmente para a escola e, com isso, o aprendizado ficou bastante prejudicado.

Por outro lado, é importante lembrar que esse problema já existe há décadas em nosso país. Ainda em 2014, o Congresso Nacional aprovou a proposta de reduzir em 50% o analfabetismo funcional até 2024. Naquele ano, o índice correspondia a 27% da população entre 15 e 64 anos. Mas o que aconteceu foi justamente o contrário. Ao invés de chegar a 13,5%, o analfabetismo funcional subiu para 29% em 2018, segundo dados do Indicador de Alfabetismo Funcional (Inaf).

Apesar de ainda não existirem pesquisas sobre o analfabetismo funcional no pós-pandemia, acredita-se que os números podem registrar crescimento. E, infelizmente, já se sabe que são mais graves entre as crianças que vivem em ambientes mais vulneráveis e que, por isso, ficaram sem acesso às aulas remotas enquanto as escolas estavam fechadas.

Segundo índices do estudo Cenário da Exclusão Escolar no Brasil, da Unicef, 5,1 milhões de crianças e jovens entre 6 e 17 anos ficaram afastadas da educação em 2020.

Por que ainda ocorre?

O analfabetismo funcional no pós-pandemia tem como principal causa a dificuldade de milhões de crianças e adolescentes em ter acesso à educação remota. Mas o problema é antigo e outras causas a serem destacadas são:

  • Má qualidade do ensino básico.
  • Sistema de alfabetização ineficiente.
  • Ensino que não incentiva a leitura e interpretação de textos, mas a memorizar.
  • Falta de incentivos governamentais para melhorar a educação.

Como evitar o analfabetismo funcional no pós-pandemia?

Esse quadro é um problema que não deve ser subestimado. Felizmente, educadores contam com muitos recursos que permitem combater o fenômeno do analfabetismo funcional.

Na Educação Infantil

Combater o analfabetismo funcional no pós-pandemia é um grande desafio porque muitas crianças ficaram fora da escola justamente no momento da alfabetização.

Por isso, é importante adotar algumas estratégias diferentes, entre elas, entender o momento das crianças nesse período, variar os conteúdos, trabalhar a leitura interpretativa, e usar alternativas de aprendizagem, como músicas e historinhas. Claro, sempre lembrando de também recuperar os conteúdos não trabalhados na pandemia.

Para ajudar, confira algumas sugestões de como driblar o analfabetismo funcional na aprendizagem infantil.

Ensino Fundamental I e II

Para combater o analfabetismo funcional no pós-pandemia no Ensino Fundamental I e II, os professores precisam criar didáticas para que os alunos melhorem a leitura e a  interpretação de textos. Então, a dica é revisar conceitos e tirar suas dúvidas sobre o que pode ter ficado sem estudar durante o período em casa.

Outra conselho interessante é pedir que os estudantes façam resumos do que aprenderam. Dessa maneira, eles entendem como selecionar informações, como compreendê-las plenamente e depois recompô-las em um novo texto. Também, sempre que possível, passe atividades que exijam interpretação de textos e estimulem a leitura.

Identifique alunos com problemas

Durante a pandemia, cada um aprendeu de um jeito próprio. Nem todos alcançaram os mesmos resultados, por isso, dificilmente a turma estará no mesmo nível de conhecimento. Observe que nem todos tiveram acesso adequado ao ensino remoto e, mesmo os que tiveram, podem não ter se adaptado.

Sendo assim, você deve identificar quais alunos estão tendo mais problemas e dar a eles uma atenção especial. É importante lembrar que nem sempre um aluno com dificuldade vai se abrir e pedir ajuda. Cabe ao educador observar então, quais são os estudantes com dificuldades e passar atividades que os ajudem a entender e aprender a interpretar de forma correta.

Se você está se preparando para o retorno das aulas presenciais, veja neste artigo 8 dicas úteis para esse momento.

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