Os transtornos de aprendizagem afetam muitos alunos e os professores podem ajudar a reconhecer

Os transtornos de aprendizagem se manifestam por déficits de concentração e atenção, somados a problemas no desenvolvimento da linguagem ou no processamento de informações visual e auditiva. Na escola, professores podem identificar os alunos com algum déficit de aprendizado e ajudá-los a potencializar suas habilidades.

Acompanhe no artigo quais são os principais transtornos de aprendizado e saiba como reconhecê-los em seus alunos. Vamos lá?

Transtornos de aprendizagem mais comuns

De forma geral, quando o aluno não consegue acompanhar a turma e apresenta resultados muito abaixo da média, a dificuldade pode estar associada a algum tipo de transtorno. Confira as principais causas:

Dislexia

A dislexia é um distúrbio de aprendizagem específico caracterizado pela dificuldade em ler com precisão ou fluência. Assim, é difícil para a criança reconhecer as letras do alfabeto, estabelecer a correspondência entre símbolos gráficos e sons, e realizar esse processo de conversão automaticamente. Esse impedimento afeta o aprendizado escolar e as atividades da vida diária que exigem a leitura de textos.

Disgrafia

É a dificuldade motora do ato de escrever e que faz a pessoa produzir uma escrita pouco legível. Ou seja, refere-se à dificuldade de escrever de forma suave, rápida e eficaz. Crianças com deficiência na escrita podem ter pouca habilidade para segurar canetas ou lápis, para ocupar o espaço do papel e fazer formas geométricas e copiar imagens.

Discalculia

A discalculia é um transtorno de aprendizagem que torna difícil compreender e manipular números, bem como executar certas tarefas de automatizar e que envolvem cálculos numéricos. Crianças com discalculia podem ter problemas para:

  • Reconhecer números como mecanismo de quantificação, serialização, comparação, compreensão do valor da posição dos números e fazer cálculos mentalmente.
  • Realizar procedimentos simples como leitura, escrita, e colocação de números em colunas.
TDAH

É conhecido como Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade, um distúrbio neuropsíquico que afeta o desenvolvimento.

O TDAH normalmente pode ser percebido antes dos sete anos, quando a criança apresenta desatenção, hiperatividade e impulsividade. Existem três tipos de TDAH: os que são predominantemente desatentos, o hiperativo-impulsivos e o combinado.

Os sintomas variam de acordo com o tipo e podem ser dificuldade de se concentrar em uma atividade, não prestar atenção aos detalhes e se distrair facilmente. A desatenção também se manifesta na incapacidade de acompanhar uma conversa por um longo tempo e na dificuldade de aprender, seguir instruções ou realizar uma tarefa exigida. Além disso, a criança esquece coisas, parece ausente e fica entediada rapidamente com uma atividade, então, frequentemente muda para outra coisa. Ainda, podem aparecer dificuldades em lidar com frustrações, impaciência, mudanças bruscas de humor, entre outros.

Déficit do processamento auditivo

O Distúrbio do Processamento Auditivo Central (DPAC) refere-se à incapacidade de processar efetivamente o significado do som. Normalmente, as crianças apresentam uma audição normal, mas têm dificuldade em processar e interpretar sons, principalmente a fala, na presença de ruído de fundo, como acontece na escola.

Ou seja, a criança ouve claramente o que está sendo dito, mas, para ela,é muito difícil interpretar a mensagem recebida.

Como o professor pode ajudar a identificar crianças com algum transtorno de aprendizagem?

Os distúrbios de aprendizagem são distintos porque cada criança apresenta características próprias e o diagnóstico é feito a partir dos resultados de exames e testagens Esses têm como objetivo averiguar o estado de aprendizagem das competências instrumentais, cognitivas, neuropsicológicas e do funcionamento emocional.

Sendo assim, é fundamental que o professor faça um trabalho em conjunto com os pais do aluno. Quando se percebe algum tipo de dificuldade, é importante chamar os pais para conversar e direcionar para um tratamento com especialistas.

Isso porque o diagnóstico e acompanhamento devem ser feitos sempre com profissionais especializados. Em sala de aula, o papel do professor é dar todo o suporte possível para o aluno, oferecendo, por exemplo, atividades que sejam mais adequadas ao seu aprendizado.

Como identificar alunos com transtornos de aprendizagem

Já a partir do último ano do jardim de infância, é possível identificar alguma vulnerabilidade na aprendizagem dos alunos. O ingresso no ensino fundamental também é um período muito importante para observar o desenvolvimento das crianças.

Sendo assim, normalmente são os professores que percebem as dificuldades, por isso, é essencial o vínculo entre professor e criança. Eles devem estar atentos a sinais como:

  • Se o aluno tem dificuldade em aspectos metafonológicos, como na nomeação de palavras, identificação incorreta dos sons iniciais e finais das palavras ou segmentação, isto é, dividir a palavra em uma sílaba. Ainda, na fusão fonêmica, ou seja, juntar as sílabas para formar uma palavra.
  • Habilidades motoras finas como pegar a caneta, dificuldade em manusear objetos pequenos ou em usar uma tesoura.
  • Coordenação visual-motora, por exemplo, ou dificuldade no desenho espontâneo e na cópia, e remontagem de quebra-cabeças.

Toda dificuldade é sinal de um transtorno?

Deve-se lembrar que nem todas as crianças que inicialmente apresentam dificuldades de aprendizagem têm alguma disfunção. Muitas recuperam espontaneamente o aprendizado e atingem níveis de competência absolutamente normais.

Também vale reforçar que problemas emocionais e até a falta de estímulos e apoio em casa podem colaborar para dificultar o aprendizado dos alunos. Nesses casos, o professor deve reforçar as aulas com eles, além de buscar novas metodologias que funcionem melhor para cada um.

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