Quer saber como colaborar para o desenvolvimento socioemocional de seus alunos e, consequentemente, melhorar os índices de comportamento e aprendizagem? Saiba como a inteligência socioemocional pode transformar o processo de ensino-aprendizagem e as relações por ele estabelecidas, até mesmo além do espaço escolar.

 

É fácil perceber o quanto as emoções, ou melhor, o quanto os adultos sentem dificuldades para administrar o que sentem, e com as crianças não é diferente. Todos os dias, elas também têm de lidar com suas questões, relações e conflitos.

Assim como ler ou escrever, também é possível aprender a gerir as emoções. E isso pode e deve ocorrer também na escola. É neste espaço que podemos proporcionar ações que colaborem para o desenvolvimento de competências socioemocionais, agindo em busca da formação integral de nossas crianças.  

A tão falada educação socioemocional, referenciada na BNCC – Base Nacional Comum Curricular e parte sistemática do cotidiano de muitas escolas, se apresenta como um processo de compreensão e gestão das emoções.

Não que antes da BNCC essa não fosse uma preocupação da escola, gestores e professores, porém, desde 2020, se estabeleceu a necessidade de ações sistemáticas que auxiliem no desenvolvimento de competências como autoconsciência, autogestão, consciência social, bem como a empatia ao relacionar-se com o outro, as habilidades de relacionamento e a tomada de decisão responsável. Portanto, a educação socioemocional hoje é parte do currículo e compromisso de todos os envolvidos no processo educacional.

O grande desafio é saber como desenvolver essas competências, mas alguns pontos são essenciais como, por exemplo, a intencionalidade do educador ao planejar suas ações, os mecanismos para tornar essas ações significativas e o estímulo à percepção da necessidade de tratar do que sentimos, como sentimos e reagimos. 

É nesse contexto que as propostas de educação socioemocional, instituídas pela Escola da Inteligência — metodologia educacional criada pelo Dr. Augusto Cury —, se sobressaem como ferramenta importante na construção da gestão das emoções.

O que é a Escola da Inteligência?

A Escola da Inteligência se define como um programa educacional que objetiva o desenvolvimento da educação socioemocional no âmbito escolar. Sabemos que trabalhar as emoções, principalmente com crianças, é uma tarefa nada fácil. 

Por isso, a Escola da Inteligência e suas ferramentas atuam na mudança do padrão do pensamento ao ensinar, como colocar-se no lugar do outro, gerenciar o estresse, a ansiedade, aumentar o rendimento escolar, a autoestima e o foco, tendo como objetivo principal, ensinar a lidar com as emoções. 

A metodologia da Escola da Inteligência estimula, por meio da educação das emoções e da inteligência, a melhora dos índices de aprendizagem e do aprimoramento das relações interpessoais das crianças, além de reduzir a indisciplina. Tudo isso com o auxílio da família, que também é incentivada a participar na formação dos alunos. 

Sendo assim, é preciso que todos os envolvidos na educação da criança, seja ela formal ou informal, estejam comprometidos, porque as ações hoje propostas resultam no desenvolvimento emocional dessa criança ao longo de toda sua vida.

Para isso e de acordo com os fundamentos da Escola da Inteligência, podemos propor algumas atividades simples, porém, essenciais:

  • Fazer pausas nos momentos necessários, principalmente diante de um conflito ou questionamento. Neste caso, exercícios respiratórios são sempre bem-vindos, até mesmo o estímulo à percepção dos movimentos de inspiração e expiração.
  • Promover situações cotidianas em que a criança possa ser responsável pela tomada de decisão, avaliando junto dela as possibilidades, os prós e contras de cada escolha. 
  • Registrar as emoções sentidas, refletindo sobre suas causas. Isto pode ocorrer por meio de um simples jogo “Como estou me sentindo hoje?”, também em uma roda de conversa com os maiores, ou até mesmo no hábito de escrever um diário. Nesses momentos, podemos auxiliar nossas crianças na percepção de sentimentos e situações agradáveis ou não, identificando o que fazer diante de cada uma delas.
  • Estimular o autoconhecimento de crianças e até mesmo adolescentes é ferramenta essencial, pois somente ao refletir sobre si, a criança pode tentar compreender-se, avaliar suas ações e reações, bem como o agir diante do outro.
  • Incentivar a autoconfiança por meio de atividades em que as crianças possam identificar em que pontos se destacam e em quais é possível se aprimorar. E caso a criança ainda não consiga estabelecer essa análise, seja você o mediador. 

Ao estimularmos a inteligência emocional, ampliamos a possibilidade de concentração de nossas crianças, contribuímos para a superação de desafios, auxiliamos no desenvolvimento da empatia e estabelecemos vínculos afetivos baseados na compreensão e no respeito ao próximo.

Por fim, tenha a certeza de que o desenvolvimento dessas competências resultará no melhor aproveitamento cognitivo, aumento do rendimento e aprendizado escolar.

E ainda, diminuem os conflitos, os momentos de construção do saber são mais proveitosos e as crianças desenvolvem características saudáveis que auxiliam nesse processo. 

Também reduzem características não saudáveis que interferem no processo de ensino-aprendizagem como a impaciência, a agressividade, a competitividade, a preguiça, a irresponsabilidade e a insegurança.

E quando o assunto são as emoções, o que mais poderíamos propor? Confira cinco possibilidades para aplicar em sua sala de aula.

  • Uma Roda de Conversa com o tema “Quem somos, o que desejamos”, um momento valioso para perceber os anseios e desejos das crianças.
  • “Que história é essa?” Que tal convidar pessoas da comunidade, até mesmo familiares, para compartilhar momentos que envolvem as emoções? Com certeza, isso proporcionará excelentes reflexões.
  • Um painel denominado “Meu corpo, minhas memórias”?, dá a possibilidade de resgatar acontecimentos marcantes, exercitando as janelas da memória propostas na metodologia da Escola da Inteligência, janelas killer que contem momentos angustiantes ou janelas light que trazem memórias prazerosas.
  • Já ouviu falar da prática do DCD? Devemos sempre aplicar a técnica do duvidar, criticar e determinar, quando lidamos com pensamentos não saudáveis. A qualquer indício de pensamentos que impedem o avanço, seja na aprendizagem ou nas relações interpessoais, aplicar essa técnica fará com que as crianças tenham maior percepção de sua potencialidade. Lembre-se sempre que quanto menor a criança, mais nós adultos assumimos o papel de auxiliar no reconhecimento de suas dificuldades e mecanismos que possam transformá-las em potencialidades.
  • Combinados de convivência, até mesmo “contratos” podem ser registrados e, desse modo, todos podem opinar pensando na boa convivência.

Outra dica também é a leitura e a prática de jogos que possam auxiliar no desenvolvimento dessas competências, e para isso, a Editora Matrescência tem excelentes opções. 

Uma delas é o Baralhinho do Bem, definido pela editora como um jogo educativo diferente de tudo o que você já viu. Ensina sobre emoções, hábitos saudáveis e valores que precisam ser cultivados em casa. São afirmações positivas para a família, que incentivam a autoestima, o amor próprio, a autoconfiança, a conexão em família, a saúde e a inteligência emocional. O baralho tem 52 cartas que representam as 52 semanas do ano. Cada carta contém uma afirmação positiva com uma linda ilustração em aquarela.

Certamente, esse e outros materiais disponíveis podem fazer da construção socioemocional ainda mais lúdica. Agora que você já sabe um pouquinho mais sobre a inteligência socioemocional, o caminho está aberto à pesquisa, ao aprofundamento e à transformação! Vamos lá?

Janaína Neves
Assessora Pedagógica Programa A União Faz A Vida

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